segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Fotógrafo, poeta e voluntário
O MEU AMIGO DANIEL

[Texto e Fotos: Alexandre Correia]

Penso frequentemente no que é a amizade entre pessoas e um destes dias dei comigo a reconhecer um dado curioso: cada viagem que fiz a Angola, e já foram várias, regressei com um novo amigo. Não na bagagem, mas sim no coração. E convém deixar bem claro que eu não faço amigos instantâneos, como quase toda a gente que eu conheço, que regressa de férias e fala do guia que os acompanhou como se fosse um amigo do peito, daqueles que cresceram connosco, mas que umas semanas mais tarde já nem se lembram do nome do “coiso”. Sempre aprendi a distinguir amizade de conhecimento. O que não quer dizer que não use e abuse igualmente da palavra amigo sem ter esse sentimento.
Daniel Vika é um dos meus amigos angolanos. Conhecemo-nos em cima de uma ponte, nos arredores de Sumbe, sul de Angola, quando olhava para o rio e imaginava uma forma diferente de registar uma imagem clássica, de um grupo de mulheres, rodeadas por imensas crianças, a lavar roupa junto à margem. Vi que ele tinha equipamento compatível com o meu e estava a usar uma objectiva mais pequena. Era o que me dava jeito para a fotografia em que estava a pensar e não me fiz rogado: pedi-lhe a lente emprestada. Foi assim que comecei a falar com o Daniel Vika. Trocámos de lentes por um instante e ele ficou encantado com a qualidade da minha objectiva, pesada, muito luminosa e com um alcance superior. Percebeu a diferença entre equipamento amador e profissional. E ficou morto de curiosidade por ver o que eu tinha feito com a objectiva dele. Vi logo que gostou. Os olhos dele até brilharam. Visionou várias vezes aquelas fotografias e foi tentar fazer iguais. Ficaram parecidas, mas ainda lhes faltava qualquer coisa. Tinham diferenças profundas na luz captada. Senti que ele estava consciente de que havia diferenças, mas não conseguia descobrir o que fazia essa diferença. Podia tê-lo confortado, dando-lhe uma palmada nas costas ao mesmo tempo que lhe dizia “— Parabéns, estão igualzinhas!” E assim, talvez ele nunca na vida conseguisse fazer uma foto, uma só, como as minhas. Mas não fiz isso. Desde miúdo, ainda nos bancos da escola, descobri que talento cada um tem o seu, ou simplesmente não tem, mas técnica só não tem que não quer, pois basta estudar. Quantas vezes não fiz trabalhos para colegas que nesse dia tiraram uma nota incrível, a que precisavam para ganhar “aquele” prémio dos Pais, mas que não voltaram a ter uma nota assim, precisamente porque só lhes emprestei o meu talento e por muito que tivessem estudado, continuava a faltar-lhe esse elemento, essencial para atingirem o patamar de notas onde eu os tinha feito chegar, um dia. Este era um caso assim. Já tinha emprestado o meu talento, ao permitir-lhe que visse os enquadramentos que eu tinha escolhido, mas ele nunca tinha estudado a técnica. Então ensinei-lhe o que ele tinha mesmo de saber para não voltar a cometer o erro em que persistia, e que o levava a queimar, por excesso de luz, muitas das suas fotografias. Quando ele percebeu que era mesmo isso, sentiu-se tão contente, tão motivado, que nunca mais parou de esforçar-se por fotografar tudo e mais alguma coisa, de todas as maneiras, para perceber por si mesmo quais os enquadramentos que melhor resultavam perante cada cenário, cada situação. Creio que Daniel não evoluiu muito mais do ponto de vista técnico, mas fiquei contente por verificar o seu empenho em desenvolver algum talento. Definitivamente, senti que tinha valido a pena ajudá-lo. E não me custou nada. Rigorosamente nada. Só fiquei a ganhar. Ganhei um amigo, que passou a tratar-me carinhosamente por mestre.
Ao princípio, Daniel tinha como que uma paixão por mim. Coitado, fazia-me sentir perseguido, tal a vontade de mostrar-me o trabalho dele, tal a curiosidade em espreitar o meu. Fazia-o de uma forma tão inocente e tão entusiastica que eu acabava por me sentir mal quando o mantinha à distância. Lembro-me de uma vez, em que fui apanhado de surpresa pela abordagem e não tive tempo de inventar uma desculpa consistente para me livrar dele, que só me ocorreu pôr um ar muito sério e distante, convencendo-o que estava a meditar. Fui tão convincente que ele até ficou embaraçado por achar que me podia estar a incomodar. E deixou-me ali a meditar, no meio de um pomar lindíssimo, cheio de pés de maracujá, na região que outrora era conhecida por Colonato da Cela. Daniel já era meu amigo e foi nesse dia que eu passei a ser amigo dele. E senti-me tão envergonhado por tê-lo enxotado que fiquei zangado comigo. Interroguei-me mesmo se não o tinha magoado, pois achava que tinha sido bastante rude. Arrependi-me e eu detesto arrepender-me do que faço. Até porque sempre achei que o está feito já não se desfaz. E sei que ficamos magoados quando somos enxotados pelos amigos, quando não têm paciência para nos aturar. Mas a inocência dele tranquilizou-me a consciência. Acreditara tão bem na minha desculpa que também ele tinha ficado envergonhado, por me estar a incomodar nesse momento de meditação. E não precisou de muito tempo para perceber quando é que me incomodava, para deixar de fazê-lo. Um ano depois, reencontrámo-nos em Luanda para fazermos uma nova viagem através de Angola e recebeu-me com um abraço caloroso, carregado de afecto, daqueles que só damos mesmo às pessoas de quem gostamos muito. E nem sempre. Nesse abraço, compreendi que sim, que a amizade entre nós tinha ganho o direito de chamar-se amizade.
Ao longo da vida, chamamos amigo a centenas e centenas de pessoas que vão passando por nós, que se cruzam no nosso caminho, ou até com quem simplesmente contactamos ocasionalmente. Nem sequer é preciso que esses contactos nos tenham marcado, tão pouco que essas pessoas tenham sido realmente simpáticas connosco. Basta que esses contactos não tenham sido antipáticos para que, ao referirmo-los, digamos que “somos amigos”. E quando se trata de pessoas importantes, como normalmente classificamos aqueles que detêm uma elevada posição social, uma rica conta bancária ou desempenham um cargo relevante — diremos muito importante nos casos, mais raros, em quer tudo isto se adiciona... — costumamos mesmo acentuar a palavra amigo, para que quem nos ouça não tenha dúvidas em como somos mesmo amigos. E sentimo-nos vaidosos, até um bocadinho importantes também, quando os nossos amigos metem aquele olhar de respeito por saberem que somos amigos de fulano, o tal que é muito importante. Mas nunca hei-de esquecer-me de uma noite em que jantei com um amigo, que me conhecia tão bem que passámos a noite toda a conspirar contra mim. Ele dizia mata e eu acrescentava logo esfola. Nunca disse tanto mal de mim a mim próprio como nessa noite, aliás, divertidíssima. E não sei se esse meu amigo alguma vez descobriu com quem jantou...
O Facebook é o melhor exemplo disto. Criaram-me uma conta e num ápice, sem que me tivesse apercebido, já tinha reunido um leque de amigos impressionante. Alguns nem sei se os cheguei a conhecer pessoalmente, embora a esmagadora maioria sejam, na verdade, pessoas com quem já convivi. O que tenho em comum com quase todos estes amigos é, ou foi, contactos profissionais. Sobre muitos, para além da profissão e das funções que desempenham, não sei mais nada. Nunca calhou. Alguns, por acaso até calhou e ao rever as suas fotografias na lista de amigos do Facebook recordo-me de termos estendido conversas para além dos assuntos profissionais, não raras vezes para temas tão interessantes que fizeram com que a nossa mesa tivesse sido a única em que ninguém se levantou depois de ter sido servido o café, no final de um jantar de convívio, como tão frequentemente sucede após uma jornada de trabalho. Foi assim que nasceram algumas amizades que perduraram no tempo e que continuo a considerar. Refiro-me agora aos amigos que passaram a fazer parte da minha vida. Como se fossem irmãos. Com os quais, por vezes até, trocamos confidências que nem fazemos com os próprios irmãos. Família é família. Não a escolhemos. Já os amigos, sim, são escolhas que fazemos. É um lugar comum que não gosto de usar, mas reconheço que é assim mesmo. E sou amigo dos meus irmãos todos. Mas tenho mais alguns, que são só amigos, mas tão amigos como os irmãos. Os amigos são os que nós adoptamos. E isso não quer dizer que eles também nos adoptem, nem mesmo que sejam nossos amigos. Como nós somos deles. Há até amigos que, no fundo, nem conhecemos realmente, mas que nem por isso deixamos de considerá-los amigos, neste sentido de estarmos disponíveis para eles, de termos toda a paciência e mais alguma, de nos envolvermos nos seus problemas, de nos preocuparmos com eles, de sentirmos um aperto no coração quando não estão bem.
E porque será que somos sempre todos amigos? Seria mais fácil dizer que por uma questão de hipocrisia generalizada, mas não é. Não é nada disso. Isso só é verdade quando olhamos para alguém de quem não somos amigos e lhe chamamos isso. Em todas as outras circunstancias somos todos amigos simplesmente porque se criou como que uma convenção. É uma forma de falar, simpática, mas mais nada. Apenas porque na verdade todos nos sentimos algo desconfortáveis por não chamarmos amigos às pessoas que conhecemos e fazemo-lo mais para deixar claro que não são inimigas.
Quando comecei a dizer que Daniel Vika era meu amigo, já sabia que ele sim, gostava de mim como amigo. Mas à medida que o fui compreendendo também eu passei a gostar dele. Por vezes, é um chato. Eu também. Ainda gosto mais dele por isso. Os chatos têm como que o dever de apoiar-se. E achar isso fez-me desenvolver uma paciência notável. E raramente perco a paciência. Muito menos com os amigos. Mesmo quando me magoam, mesmo quando não têm paciência. Aos amigos não regateamos defeitos. Aceitamo-los como eles são e pronto. Eu tenho imensos defeitos. Daniel também. Mas também tem um coração enorme e esforça-se tanto para conquistar amizades que até abusa de voluntarismo. E depois magoa-se. Quando percebe que esses momentos, em que se sente um herói para quem todos olham, passam num instante. Daniel é uma poeta. À sua maneira, claro, que nem todos os que com ele convivem apreciam. Estimular essa poesia tem sido a maior maldade que tenho feito aos que não a apreciam. Eu preferia que Daniel se concentrasse na fotografia. Mas ele gosta tanto da sua poesia que maior maldade era matar-lhe essa paixão. O maior embaraçado que lhe causei foi quando, há uns meses, lhe nasceu mais um filho. Estávamos juntos, em Angola, e disse-lhe que como somos amigos, das duas uma: ou me escolhia para padrinho do bebé, ou dava-lhe o meu nome. Coitado do Daniel, que andou aflito durante uns dias, sem coragem de dizer que já tinha as suas escolhas feitas e nenhuma me contemplava. Assim, continuámos apenas amigos. Mas podíamos ser compadres. Ainda podemos vir a ser.


Voluntarioso como poucos, Daniel não hesitou em despir-se para se meter dentro um lamaçal e ajudar a desatascar alguns veículos que tinham ficado retidos na lama. Só nunca largou a sua Nikon.

De máquina fotográfica na mão, Daniel posa no meio do capim, num admirável fim de tarde no Parque Nacional de Iona, bem no sul de Angola. Tínhamo-nos conhecido há uns dias e já me tratava por mestre. E queria que eu fosse amigo dele. Ainda não era...

42 comentários:

  1. Olá Alexandre,
    que Welwitchia linda! Há muito tempo que não via uma fotografia de uma tão linda e tão grande.
    Quanto ao seu texto sobre a amizade, concordei inteiramente com vários aspectos: que basta simpatizarmos ou conhecermos alguém para apelidarmos de amigos, que os amigos nós escolhemos e que os amigos não têem que ser perfeitos. Quem é perfeito?
    Bonita esta sua amizade e o ensinamento que nos deixa. De alguma forma fez-me pensar no meu Gonçalo quanto ao facto de ter que lhe deixar algumas "armas", no seu caso falou de técnica, porque o talento ele terá que o descobrir ou desenvolver.
    Quanto ao Facebook não sabia que lá estava mas vou procurar por si. Será que me vai aceitar como amiga? ;D
    Já somos leitores um do outro, camaradas de blogue, pela minha parte identifico-me consigo em vários aspectos e simpatizo francamente consigo! Acho que é um belo caminho para uma amizade!
    Beijinhos e boa semana.

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  2. Olá Ana,

    Essa Welwitchia deve ter, segundo especialistas que a viram, mais de dois mil anos! É impressionante. Como essa, só vi mais uma, quase ao lado, mas quem mas mostrou disse-me que há uma terceira ainda maior, mas a sua localização é ainda mais secreta por forma a garantir a sua preservação. De resto, é mesmo como diz: ninguém é perfeito, até porque todos somos alguém. Já reparou nisso?

    Beijo,

    Alexandre Correia

    PS - Recebi o seu pedido de ligação no Facebook antes de ver esta mensagem. E claro que confirmei. Porque também simpatizo consigo.

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  3. As amizades vão se formando como que numa dança... um dia saturamos... no outro somos saturados... depois acostumamos... aprendemos a aceitar... as vezes desistimos... as vezes damos um tempo e voltamos.. as vezes não voltamos mais... decepções e surpresas podem chegar de qualquer lugar, de qualquer pessoa com a qual nos relacionamos. dificil dizer que conhecemos realmente alguém.

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  4. Mestre do Daniel,

    em jeito de brincadeira, tenho de lhe dizer que tirar fotografias a um fotógrafo em pose, mas com a tampa na lente dá um sinal de pouco empenho.

    Há amigos para a vida, daqueles com que contamos sempre, mesmo que nos zanguemos a valer e passemos anos sem nos ver. Mas a amizade é algo que não se apaga, ao contrário dos "conhecimentos". Quantas vezes reencontramos um amigo e, mesmo sem nada para dizer, dizemos tudo num abraço?

    São raras estas pessoas com quem partilhamos tudo e tão pouco. O Alexandre e o Daniel são afortunados!

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  5. Olá Gui,

    O que diz é tão verdade que só me ocorre repetir uma frase que sempre ouvi a minha Mãe dizer: nada é definitivo na vida. Portanto, aprendi a aproveitar o que a vida me dá, quando dá. Isso é válido para tudo, amizades incluídas. E quando acaba, não vale a pena queixarmo-nos, que ficamos tão amargos que parece que nos tornamos num enorme frasco de repelente, pois ninguém se aproxima. Ás vezes, nem nós próprios nos conhecemos. Como cantava Jean Gabin (Maintenant Je Sais], "(quando chegamos ao fim da vida dizemos:) agora eu sei, eu sei que não sabemos nunca. A vida, o amor, o dinheiro, os amigos e as rosas; não sabemos nunca o barulho e a cor das coisas. É tudo o que eu sei, mas isso eu já sei!"

    Um beijo,

    Alex

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  6. Olá Afonso,

    Na realidade, eu não sou mestre de ninguém. Mas devo dizer-lhe que reparei no pormenor da tampa da lente. Porém, o Daniel estava tão concentrado em fazer uma pose assim "profissional" que nem valia a pena distraí-lo. E naquela hora a lente dele já tinha "apagado" a luz. E diz muito bem que são raras as pessoas com quem partilhamos tudo e nada. Mas a vida é feita disso mesmo, de partilha. E quantas vezes não é tão fácil fazermos algo de realmente profundo por alguém sem esperar nada em troca? Digo-lhe: são todas as que quiser.

    Abraço,

    Alexandre Correia

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  7. Olá Alexandre
    Agrada-me a sua prosa e a sua natureza espontânea. Hoje há poucas pessoas assim. Realmente nada é definitivo na vida e às vezes ela traz-nos surpresas para as quais não estamos preparados.Concordo com a sua visão da amizade, mas já me decepcionei muito, nestes últimos anos com falsos amigos. Hoje tenho muito cuidado quando me aproximo de alguém ou se aproximam de mim. Gato escaldado...

    Boa semana

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  8. Olá Linda,

    ...de água fria tem medo! Conheço o ditado, mas também sei que não há nada mais terrível na vida do que deixarmo-nos dominar pelo medo. Porque o medo leva-nos a própria vida e às vezes quando nos apercebemos já é tarde demais. A própria vida passou. Acredite, a vida é como o todo-o-terreno: tem caminhos rolantes, como se fossem uma auto-estrada, mas também tem picadas cheias de buracos, onde temos de ter muito jeito para passar sem nos magoarmos. E há ainda os lamaçais, onde nunca sabemos o que vai acontecer, mas que temos de atravessar. Quem não arrisca, pára a marcha e morre por ali. Quem enfrenta o desafio acaba por aprender a livrar-se dos atoleiros. É mais simples do que parece. Tem é de acreditar nisso... sem medo!

    Um beijo,

    Alexandre Correia

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  9. Olá Alexandre,

    Depois de mais uma excelente história sua e de todos os comentários (e respectivas respostas) tão bonitos e tão cheios de sentimento e alguma poesia, ficam poucas palavras. Há as de Vinicius de Moraes no “Soneto do amigo”, ou as de Fernando Pessoa no “Poema do Amigo Aprendiz”, entre outras tantas. Isto para dizer que, efectivamente, a amizade sente-se. E a verdadeira, perdura. Como um poema.

    Abraço,
    Silvia

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  10. Olá Silvia,

    De facto, como dizia o grande Vinicius de Moraes, o amigo é "...um ser que a vida não explica (...), um bicho igual a mim, simples e humano, sabendo se mover e comover, e a disfarçar com o meu próprio engano (...)", mas é ainda, como acrescentava o não menos grande Fernando Pessoa, o que fica "(...) na tua vida (...) sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar, sem forçar a tua vontade, sem falar quando for hora de calar e sem calar quando for hora de falar. Nem ausente, nem presente por demais. Simplesmente (...). É bonito ser amigo. Mas confesso, é tão difícil aprender (...)"!
    Vinicus era um homem muito divertido, que viveu intensamente até ao fim. Pessoa foi um sofredor profissional. Admiro-o muito, mas preferia ter sido amigo do primeiro, até porque os amigos dele tinham imensa piada. É certo que a leitura de um e do outro é marcante para quem sabe ler, mas sobre a amizade, Vinicius marcou-me determinantemente no dia em que me iluminou sobre o melhor amigo do homem...

    Beijo,

    Alex

    PS - Já agora, conto-lhe qual é: toda a gente pensa que é o cão, mas Vinicius sabia bem que a verdade era outra e dizia-o frequentemente, entre amigos, quando brindava à amizade e ao amor eterno — que ele, sabiamente, tanto defendia ser eterno "enquanto dura" —. Segundo ele, "o melhor amigo do homem é o whisky. É o cachorro engarrafado!"

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  11. gostei... do teu texto -bonito e esclarecedor do conceito de AMIGO -dos comentários e ainda das tuas respostas.É isso mesmo - amigo pode ser chato, possessivo e até às vezes inconveniente -caracteristicas dos humanos - mas se nos toca no coração... aceitamos, damos bronca,pedimos perdão e abraçamos.É isso aí, amigo.

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  12. Olá São,

    Comigo ninguém fica sem respostas! Bem, às vezes fica, porque às vezes até a mim me faltam as palavras. Mas só em ocasiões muito especiais. Em questões muito especiais. Sou amigo dos meus amigos. E gosto de ter amigos. Está tudo escrito. E o que não está escrito, não conto a ninguém. Só a alguém. O melhor é mesmo não contar a ninguém, porque senão ele conta ao melhor amigo dele, que confidencia com o melhor amigo e por aí adiante até que um dia o meu melhor amigo descobre pelo melhor amigo dele coisas minhas que era suposto ele ter sabido primeiro. E deixa de ser meu amigo. Já viu esta teoria? Dava para escrever um compêndio. Isso não interessa nada. O importante é que gostemos dos nossos amigos e os aceitemos como eles são. Percebeu, São?

    Um grande beijo,

    Alex

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  13. Caro Alexandre,
    Nao vou dizer mais nada sobre a sua escrita, voce já sabe o que penso. Agora este texto é quase um tratado sobre a Amizade, um grande momento para reflexao. Realmente a Amizade é um processo que se constroi degrau a degrau, nao aparece do dia para a noite. Por vezes há pessoas que conhecemos e sem sabermos bem como sao-nos, de imediato, tao próximas... até parece que as conhecemos de longa data!! Mas isso é raro e nem sempre se traduz em Amizade porque este sentimento tem, como todo o relacionamento humano, que ser reciproco. De facto, meu caro, há amigos e conhecidos e nestes tempos que correm cada vez mais há que estabelecer estas diferencas.
    Alexandre, sem pedir a sua autorizacao estou a usar uma foto sua no topo do meu blogue. A foto da Lagoa do Arco, perto de Tombwa, espero que nao leve a mal... a foto é belissima, conjugando na perfeicao: luz, água, vegetacao e o deserto.
    Kandandu,
    Namibiano

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  14. Olá Namibiano,

    Ainda bem que este texto, este Tratado sobre a Amizade, como lhe chamou, o fez reflectir. Um poeta, como o Namibiano, por natureza é logo à partida alguém que tem dentro de si uma sensibilidade suficientemente apurada para os valores da Amizade. Portanto, se até um poeta me confessa que o fiz reflectir, sinto, de novo, que consegui o que pretendia com este texto: era precisamente isso, que quem me lesse pensasse sobre o assunto, pensasse nas suas Amizades e na forma como nos relacionamos uns com os outros. E há melhor recompensa do que atingirmos tão bem os nossos objectivos?

    Um kandandu também para si,

    Alexandre

    PS - Entre amigos tem de haver partilha. De afectos, claro, mas também — porque não? — de outras coisas. Neste caso, saiba que para mim é uma honra que o Namibiano ilustre os seus poemas com fotos minhas. Sirva-se!

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  15. Olá meu amigo, achavas que eu desta vez não comentava?
    Não, li o texto no 1º dia, achei tão bonito,tão profundo, mas como deves calcular, não ando com o meu espírito habitual e não consegui traduzir em palavras o que senti. Hoje voltei, o espírito pouco se alterou, apesar de continuar a ser muito positiva e a ter a certeza que brevemente receberemos boas noticias. Mas ao chegar aqui hoje fiquei encantada com os comentários de toda esta gente maravilhosa que participa neste blog que nos proporciona, ao ler, momentos fantásticos.

    Assim tomo a liberdade de dizer que me identifico com os teus comentadores, que subscrevo em absoluto o que dizem àcerca do tema "AMIZADE", sentimento que eu prezo muito, ou seja, com o que eles dizem,com os momentos de poesia e com as tuas respostas.

    É por isto que gosto de ti, é por isto que sou tua amiga.

    Bem Hajas meu querido
    bjs Lena

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  16. Olá Lena,

    Mais do que um prazer, é um privilégio ter leitores e comentários assim. Quanto ao estado de espírito, não se preocupe Lena, porque há dias e dias. Nuns estamos melhor, noutros nem por isso, mas há que acreditar que são sempre situações passageiras. Lá diz o povo que "não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe". É, provavelmente, dos ditados populares mais acertados. Não falemos da distribuição dos bons e dos maus momentos, por ambos sabemos que o equilíbrio não é perfeito. Mas também ninguém o é...
    E os amigos? Há uns tempos alguém desabafava comigo que há dois tipos de amigos, que nos rodeiam conforme as circunstâncias: em quantidade e de qualidade. Os primeiros, claro está, são os que estão sempre presentes naqueles momentos de fartura, quando estamos por cima e achamos que somos os maiores (e pagamos a conta no fim). Os segundos, são os que continuam a aparecer quando a fortuna acaba...
    Mas acredite, embora não conheça pessoalmente a maioria dos meus leitores e comentadores, as opiniões que expressam convencem-me que eu teria muito prazer em conhecê-los e, provavemente, alargaria o meu leque de amigos.

    Um beijo,

    Alex

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  17. Olá, Alexandre

    Apesar de nunca ter-me manifestado, depois de ler este post, sobre os amigos e a amizade, rompi com o silêncio, simplesmente para dizer:

    Áfica, tem destes encantos.Até a forma como se controem as amizades são diferentes do resto do mundo.Não sei, se é por causa do clima, da cultura, da forma de estar e de encarar a vida.Ou talvez seja, por causa do misticismo, que prevalece, que quem " prova a água do Bengo ", nunca mais esquece Angola, tornando-se esta, numa doença que não tem cura nas medicinas convencionais.

    Estamos juntos !

    Beijocas e Kandandos

    Cazimar

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  18. A Amizade é um Dom de Deus. É um pecado de soberba fazer da Amizade um meio de mostrar o seu elitismo. Vejo a pena de Satanás nas suas entrelinhas, olhe que esse não é Amigo de ninguém.

    Padre Kimundo

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  19. Olá Cazimar,

    De todos os continentes, o único onde nunca pus os pés é a Oceania, pelo que não posso ter a certeza de que lá não encontrarei um ambiente ainda mais forte do ponto de vista das vivências, das relações entre pessoas, da amizade que se estabelece. Mas de tudo o que conheço até hoje, África é, realmente, única. Daí a saudade eterna de quem lá viveu e não voltou mais, daí a revolta de quem se sente africano por experiência própria, pelos constantes retratos negros que são traçados sobre África por quem não conhece, não sente, nem sequer compreende esse continente admirável. Creio que nunca o tinha contado, mas a primeira vez que fui a África, o meu destino foi Angola e isso marcou-me profundamente. Ainda hoje mantenho amizades que nasceram nessa viagem e lembro-me perfeitamente de um desses amigos estar a dizer-me para ter cuidado, que o café me estavam a servir tinha sido feito com água do Bengo e que se o bebesse, era fatal, ficava irreversivelmente enfeitiçado por Angola. Bebi e repeti. O café e as viagens por essa terra, que ontem como hoje os portugueses vêm como a "terra prometida". Mas, África, de uma forma geral, é também um continente carregado de problemas, de dificuldades, de obstáculos quase que inultrapassáveis, que sistematicamente travam o seu desenvolvimento e não permitem melhorar o quadro triste que é a sua realidade. Apesar de tudo o que sucede em Angola e que é tão insistentemente relatado no mundo ocidental, acredito que este país possa tornar-se muito rapidamente numa nova excepção e num exemplo de progresso.

    Beijos e abraços para si a para todos os que têm África e Angola no coração!

    Alexandre Correia

    PS - E parabéns pelo seu trabalho no Forúm Kandando!

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  20. Caro Padre Kimundo,

    Obrigado por ter-me iluminado a mente e permitido descortinar essa figura sombria e temível, cujo nome até me arrepio de pronunciar. Mas saiba, meu caro Padre, que "O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.
    Deita-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante a mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
    Certamente que a bondade e a misericórdia do Senhor me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias".
    (Salmo 23).

    Respeitosamente,

    Alexandre Correia

    PS - Mande um forte abraço ao Miguel e diga-lhe para rezar pela minha alma. E que, apesar de por vezes ser algo corrosivo, eu continuo a apreciar o seu humor tão particular. Sempre são várias décadas de convivência, de uma Amizade sem pecado — talvez alguma luxúria e um pouco de cobiça, mas isso o tempo apagou... — e imune à tentação satânica.

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  21. Que raio de belogues mais estranho cheio de Kungunduns e feitiços e saba-se lá que mais, cruzes credo. E beijinhos ao mulherio todo, quase uma pouca vergonha.

    Vitória Amélia Rufino da Matta

    Vice-presidente da subcomissão das Mães de Bragança

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  22. Querida Vitória,

    Que não seja por isso: mando-lhe também um beijo, com todo o respeito, claro. Pode ser até na mão, que é apenas simbólico, não se dá mesmo o beijo. É só a fingir. Que lhe parece? Mas, minha querida Vitória, esclareça-me só uma coisa: tinha a ideia que esse grupo tão voluntarioso e defensor da moral e dos bons costumes, que se mobilizou para acabar com todos aqueles antros de pecado — onde grassava a luxúria, mas também a gula e até um pouco de preguiça, daquela que leva ao afastamento das coisas divinas — na região de Bragança, não era genuinamente constituído por mães, muito embora assim auto-denominado, mas fundamentalmente por tias-avós, elas igualmente caídas em profundo pecado, já que as suas atitudes evidenciaram nítidos indícios de ira, soberba e inveja, despertados pelos pecados que os seus maridos e outros pacatos cidadãos transmontanos cometiam, provavelmente para apaziguar a profunda tristeza de tantos anos de sofrimento conjugal e de abstinência. Vitória, acredite, não há pecado sem perdão. Até porque, lembro-lhe, todos nós nascemos com o pecado original dentro de nós. E alguma vez pensou que essa atitude deliberadamente agressiva do seu movimento — as tias-avós de Bragança que sonhavam ter sido mães, porque acreditavam que era mantendo-se puras até ao fim dos seus dias que iam ter filhos... — teve enormes consequências, inclusive do ponto de vista da tão fragilizada economia nacional, e transmontana em particular? Alguma vez ponderaram nas consequências da transferência desse negócio tão chorudo para a vizinha Espanha? É que se tivessem conseguido que o negócio, pura e simplesmente, acabasse, extinguindo tudo o que está errado nesse negócio — especialmente o tráfico humano, submetendo mulheres à prostituição, o que é imperdoável (e agora falo muito a sério) — ainda teriam o mérito de ter salvo umas quantas almas, mas só fizeram foi com que as despesa aumentasse, pois de Bragança à fronteira de Quintanilha e aos bares de alterne do outro lado ainda são algumas dezenas de quilómetros.

    Pense nisso e reze por todos nós, pecadores. Agora e na hora... que mais lhe convier!

    Respeitosamente,

    Um beijo na mão,

    Alexandre Correia

    PS- Dê cumprimentos da minha parte ao Miguel e pode mesmo dizer-lhe que é com muito orgulho que o reconheço como paladino da moral e bons costumes.

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  23. Oi Alexandre, é o seu novo amigo de Mozambique, obrigado pelas palavras, fiquei muito feliz de saber que está me acompanhando pelo meu passeio, agora a troca já existe também, acabo de ler o seu texto sobre o amigo Daniel. É maravilhoso como a internet nos abre novas experiências e novas possibilidades de amizades. Um grande abraço.

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  24. Olá Alexandre,

    Realmente, este é um dos lados positivos da internet. A facilidade com que partilhamos, por exemplo, as nossas experiências, e como isso nos aproxima daqueles com quem vamos descobrindo afinidades. Vamos manter o contacto!

    Grande abraço,

    Alex

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  25. Olá Alex!

    Primeiro de tudo venho lhe agradecer a visita ao meu cantinho.Vim conhecer o cantinho do Alex e podes crêr que adorei,não só pela maneira de estar na vida(pelo pouco que li)como por fotos lindissimas de uma terra que eu adorava conhecer Angola.Alex eu pela experiencia que já é alguma...os amigos são aqueles que nem precisamos de falar(eles sabem) e sentem. Eu tenho amigos que posso estar 1 ano sem os ver que quando me encontro com eles parece que foi ontem que estive com eles(esses são os verdadeiros para mim claro) porque conhecidos são muitos. Só que como eu digo(bolas)a idade não tràs só os cabelos brancos:)certo?Eu pelo menos sou muito mais exigente em relação aos amigos .Bem já me alonguei demais é só para dizer que vou voltar com mais calma para ler e ver o cantinho ok?

    beijinhos

    Isabel Miranda

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  26. Olá Isabel,

    Sem dúvida que um amigo é eterno. Eu também passo ocasionalmente longas temporadas sem estar com amigos que me são realmente próximos e quando nos reencontramos temos exactamente essa sensação de que só não nos víamos desde ontem.
    Quanto aos nossos blogs, o encanto é mútuo. Escrever é o meu trabalho e este blog é uma combinação entre isso e o prazer de partilhar histórias e vivências que não cabem nas reportagens que eu faço. Mas cozinhar é uma das minhas paixões e como acho que nos devemos sempre esforçar por fazer bem aquilo em que nos metemos, a fama dos jantares em minha casa já vem de longe. Encontrei o blog Cozinhar Com os Anjos por mero acaso e ainda bem. Tomei a liberdade de anotar a receita dos scones e ainda esta tarde vou experimentar fazer uma fornada para as minhas filhas. Em breve comento. E podemos sempre trocar uma receitas!

    Beijo,

    Alexandre Correia

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  27. Olá Alex,

    Obrigada por suas colocações tão sábias em meu blogger, fico feliz que tu tenha gostado. Me conte um pouco do que fazes aí, tem algun e-mail que possa te escrever?
    Um grande abraço,
    Cris*

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  28. Olá Cris,

    Cozinhar com imaginação e até sofisticação, e falar da vida são dois grandes prazeres para mim. E quando encontro quem se desdobra tão bem em dois blogs que tratam estes assuntos, confesso que não posso ficar indiferente. E é precisamente por não ficar indiferente que sinto que devo expressar as minhas opiniões e comentários, respeitando uma regra: só falo quando gosto. Se não gosto, não comento, nem volto. Acho que há gente que perde muito tempo e energia a contestar o que outros fazem e que eles não gostam. É desperdício de tempo e muitas vezes saí ofensa. E então já não é só uma opinião. É também falta de educação. E eu não falo com pessoas mal educadas. Só quando sou obrigado.

    Beijo,

    Alex

    PS - E quando se escreve bem, o prazer de ler sobre assuntos que nos interessam aumenta. Sou seu fã há muito.

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  29. Oi Alex,

    Acabei de ler seu texto sobre amizade. E tenho pensamentos idênticos, a saber, que quando somos amigos de verdade, e eu já escrevi isto em meu blogger, um dos meus primeiros textos, foi que, eu também, de vez em quando, estou de mal humor, quero ficar na minha e gosto deste pequeno espaço respeitado. Acho que todos somos assim não é mesmo? Principalmente, àqueles que sabem que ao longo da vida, delimitar até onde as pessoas podem ir contigo em seu dia a dia, é importante. Assim sendo, você não passa por ignorante e nem por antipático, acho que quando se é amigo, ele sabe, que há momentos bons e momentos maus, não vivemos sempre num mar-de-rosas saltitantes, pois temos nossos próprios demônios, para ter que lidar com eles, não é? Como já cantou um dia, Caetano Veloso: "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". E não há nada para se arrepender, há amigos mais chegados que um irmão e os irmãos escolhidos, têm maior compreensão e tolerância do que aqueles que nasceram do mesmo sangue que corre em nossas veias, não é? Um beijo, novo amigo..rs!
    Aquilo que é bom, deve-se imitar, então: PS*: Tem sido um prazer ler teus textos!

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  30. Olá Cris,

    É recíproco, porque tenho lido com muito gosto os teus textos. São muito agradáveis, porque para além de bem escritos, têm alma, são sentidos, são cheios de vida e da verdade da vida. Acabei agora mesmo de ler o mais antigo, onde percebi que temos por aqui amizades cruzadas. Eu gosto de ler coisas que não me deixam indiferente. E isso aconteceu-me com os teus textos. Fica aqui o agradecimento e o reconhecimento público. E falta-me ainda a outra parte, a de experimentar as receitas, que amanhã tenho um jantar em casa de amigos e a entrada e sobremesa são por minha conta. Depois logo digo como soube!...

    Beijo,

    Alex

    PS - E escreve mais, que vale a pena!

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  31. Alex, no jantar de amanhã você poderia fazer a entrada de mousse de salame que enviei a receita pra ti e seu bolo de chocolate, que se sobrar, por favor, ponha numa caixa "Fedex" e mande-a para mim hahaha! ;)
    Um beijo,
    Cris*

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  32. Bom blog. Parabéns!
    Casal

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  33. Olá Cris,

    Esse bolo de chocolate faz mover montanhas! Acredite que sim. Acho que fez com que eu me tornasse inesquecível em Cabinda. Não que esse fosse o objectivo, mas fiz uma porção deles e reservei parte para degustar com o pessoal da cozinha do hotel; a maioria nunca tinha comido nada nem parecido, tão pouco provara lasanha de lagosta, ou mesmo os crepes. Mas aprenderam a fazer e ficaram fãs. E eu saí de lá com a certeza que uma das ajudantes da cozinha, uma adolescente, aprendeu tudo certinho. Foi deliciosa essa experiência que agora me lembrou. E vou fazer sim, vou fazer esse bolo para sobremesa. Mas aviso já que nunca sobra nem migalhas!

    Beijo,

    Alex

    PS - Mas também a aviso que tem voo da TAP todos os dias directo para aí mesmo. Não é preciso Fedex...

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  34. Caros anónimos,

    Ninguém é realmente anónimo, mas se isso for um sinal de discrição, eu próprio prefiro manter-me anónimo. E até acho que um elogio como o vosso saí valorizado quando é feito a coberto do anonimato. Porque é, genuinamente, desinteressado. Obrigado!

    Um abraço ao casal,

    Alexandre Correia

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  35. Adorei o post. Me fez recordar os verdadeiros amigos no Brasil e a falta que estão me fazendo.

    Abs,

    Renata

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  36. Olá Renata,

    Aqueles de quem sentimos falta, não interessa porque motivo, são realmente os amigos que queremos preservar. E não é a distância que nos faz perdê-los. Quantos de nós não têm bons amigos que só vemos de tempos a tempos, por vezes estamos até um ano ou mais, muito mais, sem nos vermos, e no reencontro não sentimos nada desse afastamento, mas sim a proximidade de sempre? Alguns, certamente, porque ninguém tem dúzias que resistam a andarmos desaparecidos.

    Beijo,

    Alexandre Correia

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  37. Alexandre,
    muito ou pouco amiga, com mais ou menos intimidade, preocupação ou aborrecimento sei que conhecer-te foi das melhores coisas que experimentei.
    confesso que desejei que os jantares não terminassem para ouvir mais uma história...
    eu não escolhi... mas às vezes, é melhor assim!

    ps: finalmente, deixei um comentário :)

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  38. Bem como seguidora das histórias do Alex,esta história e outras que leio por aqui, são muito boas nunca comentei mas desta vez aqui vai.

    Ser amigo, não é preciso saber escrever, não é preciso ser poeta, não é preciso estar presente todos os dias, não é preciso ser amigo de longa data, não é preciso dizer todos os dias de que gostamos, não é preciso agradecer por seremos amigos, ser amigo não tem nada a ver com o permitir ou não alguém fazer parte da nossa vida, ser amigo é aceitares o próximo como ele é, ser amigo é mesmo não conseguindo mostrar com gestos o que sentimos, é conseguir com que os outros só com um olhar, saibam o que sentimos, ser amigo é um conjunto de tantas coisas boas e más que não vai dar para escrever tudo aqui, SER AMIGO É SERES COMO ÉS!
    E transcrevendo uma frase do Machado de Assis, para mim diz quase tudo:

    “PORQUE AMIGO NÃO SE PEDE, NÃO SE COMPRA, NEM SE VENDE. AMIGO A GENTE SENTE!”

    Bjs
    MCanilhas

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  39. Olá Carla,

    Sem dúvida que Grande Amiga! E, pelos vistos, apesar dos desencontros da vida, não se perde nem a amizade nem o contacto, nem sequer as histórias que, em vez de contadas de viva voz, como naqueles jantares intermináveis — e fico contente de saber que a ementa era a parte menos importante — agora são escritas, para ler e reler sempre que apetecer.

    Um grande beijo,

    Alexandre Correia

    PS - Haverá coisa mais sólida e valiosa que uma boa amizade?...

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  40. Olá João,

    ...Maria João! Ambos sabemos que ninguém é perfeito e como eu não sou ninguém, inevitavelmente tenho as minhas imperfeições. É mais correcto chamar-lhes defeitos e tenho passado a vida a repetí-lo: se olhamos aos defeitos, não temos amigos. Apesar de todos os meus defeitos, os amigos que tenho são bons amigos. E tenho imenso orgulho em sentir isso mesmo, que tenho os meus amigos, por ser como sou!...

    Um beijo,

    Alex

    PS - Um beijo, mas acompanhado por um abraço. E mentia se não dissesse que não tenho saudades...

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  41. Começo por dizer que adorei o texto, assim como tudo o que foi posteriormente aqui escrito sobre a amizade. Tenho para mim e não tenho pejo algum em confessar que só o descobri recentemente, que a amizade - a verdadeira amizade - é o melhor sentimento que o ser humano pode ter. A alegria ou a tristeza de um amigo é capaz de fazer um dia brilhar ou de esconder o Sol atrás de nuvens escuras. Um abraço. Quando puder passe pelo meu blogue. Obrigado.

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  42. Caro Miguel,

    Se olharmos apenas para o lado bom da vida, como sugere o nome do seu blog, provavelmente vemos amigos por todos os lados. Quando não pensamos muito no que valem de facto os nossos amigos, eles são incontáveis. Mas quando precisamos deles é que realmente os conseguimos contar. E nessas ocasiões, quantas vezes nos sobram dedos?... Sempre adoptei os meus amigos e nunca gostei destas contagens. Mas também já as fiz. E nem digo quantos dedos sobraram. Por isso, feliz é o Miguel, por só agora ter descoberto o que é a verdadeira amizade; é sinal que andou estes anos todos sempre a olhar para o lado bom, aquele em que chamamos amigo a toda a gente com quem falamos.

    Um forte abraço, com Amizade!

    Alexandre Correia

    PS - Estou há minutos a ouvir repetidamente aquela música que toca no seu blog. Ainda não me cansei...

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