sexta-feira, 15 de janeiro de 2010



O que fazer com uma reforma de 140 euros?

PORQUE NÃO MUDAR
A VIDA DE UMA CRIANÇA?


[Texto e Fotos: Alexandre Correia]

Quem diria que este blog seria capaz de despertar memórias com quase quatro décadas? Mas é verdade e quem o prova é M.R., que no início dos anos 70 passou uma longa temporada desterrado num lugar onde se sentiu no fim do mundo. Eu ainda estava a aprender a ler quando M.R. de lá saíu. Saíu e não mais voltou a ir a essas terras onde as distâncias ainda hoje continuam a não ser medidas em quilómetros, mas sim em horas; horas de condução por picadas que as chuvas sempre deixam impraticáveis, de tal modo que nem vale muito a pena repará-las, porque nas próximas chuvadas vão ficar outra vez tão degradadas que ninguém acreditará que, entretanto, terão sido arranjadas. M.R. não voltou, nem a lá ir, nem a esquecer esses tempos vividos em África, num sítio onde apenas havia um cemitério. E ainda há o mesmo cemitério. M.R. voltou sim foi à “metrópole”, como nessa altura se chamava ao que hoje se chama “Portugal continental” — para diferenciar esta parte das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, então províncias insulares. Mas pelo que percebi, há uma parte de M.R. que nunca mais partiu de lá, tamanha é a saudade, tão forte é a curiosidade em saber desse lugar...
Esse lugar chama-se Quimaria e não é mais do que uma aldeia perdida nos confins da província do Uíge, no norte de Angola. Quando M.R. lá chegou, esse era apenas o nome do aquartelamento onde se instalou a tropa portuguesa. Para além dos militares, não havia vivalma por perto. Foi em lugares como este, dominados por colonos que detinham grandes fazendas, onde se cultivava café e muita fruta — sobretudo citrinos —, que ocorreram os primeiros combates daquela que se tornaria conhecida para a história como “Guerra Colonial” portuguesa, no iníco dos anos 60. Calhou a M.R. ser mobilizado para esse desterro. Volvidos quase 40 anos, M.R. reencontrou Quimaria neste blog, onde deixou um primeiro comentário, colocando algumas questões, cuja resposta suscitou mais perguntas, mais contactos, até que acabou por contar que nunca recebeu qualquer pensão por ter sido militar nessa guerra, mas é provável que venha a receber. E se conseguir isso, M.R. não quer ficar com o dinheiro. É certo que não será muito, pois estima que sejam cerca de 140 euros por ano. Não é muito, mas pode ser uma fortuna para quem não tem nada. É assim que M.R. pensa. A sua ideia é devolver esse dinheiro ao lugar onde o terá ganho, há tantos anos: Quimaria. M.R. gostaria de entregar essa verba, todos os anos, a uma criança de Quimaria. E perguntou-me o que achava desta ideia, bem como se conseguia estabelecer os canais para encontrar o destinatário do seu subsídio, nessa aldeia angolana, tão remota.
Prometi que ia pensar e que tudo faria para ajudá-lo a concretizar esse desejo. Na realidade, talvez até conseguisse arranjar um portador suficientemente honesto para lhe confiar 140 euros e encarregá-lo de ir a Quimaria oferecê-los a uma criança. Mas, a partir daí, nada me garante que esses 140 euros não fossem logo convertidos numas grades de cerveja, que o pai dessa criança iria beber até cair para o lado e esquecer-se que tem filhos para criar. Com sorte, a mãe havia de gastá-los a comprar arroz, feijão, umas galinhas ou mesmo um porco para engordar e mais tarde tirar a barriga de misérias. Não que haja fome por aquelas bandas, mas ninguém cresce saudável a comer apenas funge temperado com molho de dém-dém... Mas o banquete não duraria muito tempo. Aqui, em Portugal, esses 140 euros nunca chegariam para sustentar um ano escolar a uma criança, mas lá, em Quimaria, onde já não existe nenhum quartel militar, mas onde foi construída uma escola primária, essa verba chegaria para comprar material escolar para muitas crianças, durante um ano inteiro. Sempre seria mais justo aplicar os 140 euros numa turma inteira, do que aplicá-los numa única criança. Mesmo que talvez fossem melhor investidos numa só criança, que tivesse potencial para “ir longe e ser alguém na vida”, como se diz. Talvez. Mas isso não seria justo para as outras crianças. A menos que os 140 euros se multiplicassem. Vou também pensar nisso...


Ao olhar para tantas crianças custa ter de escolher uma delas para investir um subsídio. Mais vale repartí-lo entre todas e aplicar o dinheiro em, por exemplo, material escolar, que com jeitinho chega para um ano inteiro.


Ao grupo da imagem acima podíamos chamar as "Mães de Quimaria"; ao contrário das de Bragança, que foram capa da revista norte-americana Time há alguns anos, quando se associaram para fechar um "antro de pecado" frequentado pelos seus maridos infiéis, estas são mesmo mães, até porque crianças é o que menos falta. Aliás, algumas mães quase que se confundem com as crianças, tão jovens que são...


Mandioca a secar em tabuleiros de canas. Nestas paragens, como em quase toda a África negra, a mandioca é um dos pilares fundamentais da alimentação. Para os lados de Quimaria não vimos sinais de fome, o que não quer dizer que a população ande bem alimentada. E são as crianças aquelas que mais sofrem da má nutrição.


Mata densa junto ao caminho de Quimaria para Toto. Serpenteando por entre colinas e vales, este troço do caminho continua como nos anos 70: cheios de buracos, alguns tão fundos que parecem suficientes para engolir um jipe.


Mais um dia que chega ao fim em Quimaria. Neste dia, como em tantos outros, o sol desapareceu sob um céu salpicado de nuvens, que ficou alaranjado até escurecer.

82 comentários:

  1. Uma história real que nos faz acreditar que ainda existem pessoas boas e sentimentos bons nos quais acreditar. Infelizmente existe ainda o outro lado e como muito bem diz, em Portugal como em muitos outros lugares espalhados por esse mundo fora, mais e menos desenvolvidos, dificilmente haveria garantias de que esses 140 euros teriam o melhor uso para a criança ou crianças em questão. Um abraço e parabéns por mais este post bastante interessante.

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  2. Olá Miguel,

    Já aqui falei das minhas dúvidas, ou talvez até mais certezas, quanto à seriedade do trabalho de tantas ONG's na área da solidariedade e ajuda humanitária. Sei, pela experiência que acumulei ao longo dos anos, que é, acima de tudo, um excelente negócio, mais rentável que o da caridade pura e simples, porque é mais fácil virar a cara à pobreza que à tragédia humana, como agora aconteceu no Haiti. Mas, mesmo sabendo que estas tragédias são altamente rentáveis para as organizações humanitárias, isso não quer dizer que não sejam necessárias, pois são raros os países que, quando ocorrem desastres como este do Haiti, não ficam completamente dependentes desta ajuda. Agora, voltando aos 140 euros, acredite que eu teria imenso prazer em conseguir multiplicá-los e investir num programa sério para dar instrução a toda uma comunidade de crianças. Com verbas mínimas e o professor "certo", tenho a certeza que isso faria diferença. Mas é mais fácil arranjar dinheiro que o professor "certo". se me lembrar dos que eu tive...

    Grande abraço,

    Alexandre

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  3. Sou um recente, mas entusiástico leitor deste blogue, além de um amante de TT 4x4. Só conheço Africa mediterrânea (Libia, Tunisia e Marrocos), pelo que estou ansioso de fazê-lo por Angola (para onde em breve vou trabalhar) e pela Namíbia.
    Quanto a esta acção de solidariedade - o apoio escolar - acho muito interessante e com potencial de alargamento. Estou a estudar a hipotese de enviar o meu jipe por contentor e aproveitar o espaço que sobra para material escolar. Por acaso terá noção de quanto este transporte ficaria ? penso que será viável, mas como diz o pior será encontrar a pessoa para responsavel local da distribuição ...

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  4. Sao todos taO BONZINHOS, lembrem-se dos irmaos timorenses, tao distantes e necessitados. Na N'Gola a muito petrolio e corropçao. Muito bonitos os retratos. Felicitacoes

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  5. Olá Expatriado!

    Pois seja bem vindo nesta viagem, que continua a insistir por terras de Angola, apesar de entretanto dar a volta ao mundo...e voltar ao mesmo sítio. Para além de Angola, conheço a Namíbia tão bem como Portugal. Vai ficar encantado, pois a diferença relativamente a Angola é brutal, a tantos níveis que seria fastidioso mencioná-los aqui. Pergunta-me se tenho algum conhecimento do custo do transporte marítimo e obriga-me a dizer-lhe que não, não tenho. Mas posso dar-lhe uma pista: procure o site da Grimaldi Lines, uma companhia de navegação italiana que recentemente pôs ao serviço um novo navio só para a linha de Angola. E pense também na Maersk, o maior operador de carga marítima mundial, e investigue até se não lhe compensará mais enviar o seu jipe para Walvis Bay, na Namíbia, pois é um porto muito mais "desafogado" que todos os portos angolanos, para além dos procedimentos aduaneiros serem bem mais transparentes e justos. Relativamente ao material escolar, eu ensino-lhe o caminho para o ir entregar a Quimaria. E não duvide que será uma expedição inesquecível!

    Abraço,

    Alexandre Correia

    PS - Mantemos o contacto. E se quiser mesmo falar comigo, procure a revista Todo Terreno...

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  6. Caro Anónimo,

    E voçê, também é bonzinho? Se for, vá lá preparando os seus 140 euros para ajudar a instruir estas crianças e deixe lá sossegadas as de Timor-Leste, que estão demasiado longe e nem falam português.

    Abraço,

    Alexandre Correia

    PS - E como prova da minha solidariedade, torno aqui público que o ensino a escreve bem em português e não lhe cobro nada. Mesmo que seja timorense, até porque não tenho nada contra eles...

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  7. Olá Alexandre,

    Mais um texto de uma verdade, e de uma beleza humana que até doi. Que pena não haver mais pessoas como o Sr. M.R. Alexandre, quando diz que era dificil escolher só uma criança no meio de tantas. Tem toda a razão. Como é que se chega ao meio das crianças e diz-se foste tu o escolhido? É duro. Também concordo em o dinheiro ser aplicado na turma inteira Pensei e se o Alexandre desafia-se os seus leitores a comprometerem-se a fazerem o mesmo que o Sr. M.R.? Será menos que uma bica diária.Eu entrava com certeza.Seria tão bom sermos um pouco menos egoístas e começar-mos a olhar à volta... A ver estas fotos das crianças que com as suas carencias todas tem um sorriso lindo.Não digo mais nada a não ser dar-lhe os parabéns pelo texto e fotos e pela pessoa que o Alexandre transmite ser (muito humana)o que nos tempos que correm é cada vez mais dificil de encontrar.Ah, e um muito obrigada por nos presentear(a nós leitores) com textos lindos e verdadeiros...

    Beijos

    Isabel de Miranda

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  8. Olá Isabel,

    Porque não pensar também na sua sugestão? Em Maio regresso a Angola e talvez seja possível incluir nesta viagem uma acção que vá ao encontro do que sugere. Até porque sempre teremos a garantia de ser "entregue em mão", directamente dos doadores aos destinatários, sem intermediários nem "comissões" pelo meio. Vamos sim, pensar nisso!...

    Beijo,

    Alexandre

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  9. Os sentimentos mais bonitos e puros revelam-se em gestos simples; gestos como este que o Alexandre nos deu a conhecer.

    Abraço

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  10. Eu fiquei apaixonada pela criança da segunda foto de camisola azul...mas depois observando bem também fiquei apaixonada pela outra ao lado, pela outra também, e mais a outra e...as outras todas...xi, questão difícil essa dos 140€...na verdade não sei...
    Abraços...

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  11. Olá Silvia,

    O meu Pai era um grande homem cheio de defeitos, como eu também sou. Para além de grande, também tenho imenso defeitos. Mas ele também tinha imensas virtudes e, felizmente, transmitiu algumas delas, como se fosse uma preciosa herança. Uma dessas virtudes chama-se honestidade. Daí que seria incapaz de enveredar pelo negócio da ajuda humanitária & afins, porque sei que acabaria completamente falido, depois de dar tudo o que tinha. Mas nunca o que não tinha!...

    Beijo,

    Alexandre Correia

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  12. Olá Bé,

    Peguei ao colo algumas dessas crianças, disse piadas que as fizeram rir imenso, fartei-me de brincar com elas. Não estava sozinho ali, bem pelo contrário. Mas fiquei com pena de perceber que a maioria dos meus companheiros de viagem só reparou que eram um belo cenário para se ajoalheram no meio delas para eu lhes fazer uma fotografia. Fiz imensas, é verdade, e depois continuei ali a brincar com os miúdos todos. Tanto que esqueci-me de ir arranjar comida, e mais ninguém se lembrou de mim. Convém explicar que a última refeição tinha sido o pequeno almoço do dia anterior...

    Beijo,

    Alexandre

    PS - Alegra-me entender que também investia os 140 euros em todos eles.

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  13. Boa noite!
    Conheci este blogue através do blogue cozinhar com os anjos.
    Eu não ajudaria uma criança. Ia dar aulas e levava não só as refeições diárias como materiais e alguns hábitos de higiene possíveis nas escolas fora das cidades. Mas infelizmente, o governo só quer professores do 2.º e 3.º ciclo para as grandes cidades, que crescem diariamente, e esquece-se das crianças que são o futuro deste mundo tão injusto! Adoraria adoptar uma criança das fotos tiradas...
    Bom trabalho!
    Patrícia, Odivelas

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  14. Caro Alexandre,

    Apenas conheci o seu blog este ano e quero felicitá-lo pela sua sensibilidade.
    A história que conta de M.R. e a sua decisão de doar os 140 euros da pensão de ex-combatente a favor de uma criança de Quimaria também me impressionou. Eu sou desconfiado em relação ao "negócio da ajuda humanitária & afins", mas tratando-se de um portador que inspire confiança, como é o caso do Alexandre, que leve directamente aos destinatários a ajuda, também me proponho contribuir para a formação escolar das crianças de Quimaria. Também eu passei duas ou três vezes pelo Toto, enquanto militar, no ano de 1964.
    Aguardo notícias.
    Roth

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  15. Olá Alexandre
    Vim aqui em resposta a seu convite lá no meu blog e confesso que me encantei com sua escrita e fotos! Se não estou equivocada você é jornalista? Vou ter que arranjar horas extras para ler e ver postagens tão bacanas. Gostei de saber que há uma cidade com o nome de Cabala e que você não é totalmente dia 22 (risos) que bom não é? Estamos sempre em constante mutação e todos os dias construindo um cadinho mais!
    Beijuuss n.c.

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  16. Olá Patrícia,

    Sabe como se resolvem os problemas do mundo? É tão simples que até dá vontade de rir. O primeiro passo é não sermos indiferentes. A partir daí, ganhamos balanço para dar todos os passos que tivermos de dar. Isto aplica-se aos nossos problemas, aos problemas dos outros. É como se fosse uma regra universal. Mas, infelizmente, a maioria das pessoas é indiferente até consigo mesmo.
    Aquelas crianças estão longe, muito longe. Mas estou convencido que se sentiriam confortáveis só de saber da disponibilidade da Patrícia e da sua generosidade. Lembre-se delas sempre que descobrir que está a ser indiferente com o que se passa mesmo à sua frente.

    Beijo,

    Alexandre Correia

    PS - E bons cozinhados! Ir para a cozinha é um dos grande prazeres que tenho, para além de escrever, claro.

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  17. Caro Roth,

    Pelo que me diz, estava eu a nascer aqui na "Metrópole" e já o amigo andava por aquelas matas lindas nos confins de Angola!
    Obrigado pela confiança que deposita em mim. Vou sim pensar o que podemos fazer para dar uma ajuda na educação de crianças em Angola. E como tal, proponho-lhe que se mantenha em contacto e atento, porque o que me ocorrer será, naturalmente, proposto no blog.

    Abraço,

    Alexandre Correia

    PS - E espero que tenha gostado de rever algumas imagens daquelas terras por onde andou em 1964...

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  18. Olá Regina,

    Acertou em cheio: sou jornalista! Nunca tive outra profissão e já levo 30 anos no activo. Começei a escrever para jornais com 15 anos, quando ainda estava no colégio. Nessa altura, o meu professor de português chorava a rir quando eu dizia que queria ser jornalista. Ele achava que eu não sabia escrever. Felizmente que eu não acreditei nele, porque sempre vivi do que eu escrevo. Aliás, já nessa altura vivia, mas ele não sabia que muitos dos trabalhos de português a que ele dava nota máxima tinham sido escritos não pelos "meninos" que os assinavam, mas sim por mim. Embora confesse que nunca alimentei esse negócio, é dessa altura que eu respeito as prostitutas. Só de imaginar o que têm de fazer para ganhar a vida?...

    Beijo,

    Alexandre

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  19. Olá Alexandre!
    Agradeço a resposta muito atenciosa! Tenho 32 anos e acredito não ter metade das suas vivências, mas adoraria um dia conhecer muitas destas crianças. Penso diariamente nelas desde o Live Aid na minha infânica! Ainda me lembro do Bono tão novo. Já era fã dos U2 com 7 anos!!! Vi um dia uma reportagem da mulher do Bono no Lesoto e fiquei impressionada com o meio onde vivem milhares de crianças...
    Beijos

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  20. Esqueci-me de assinar!
    Patrícia, Odivelas

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  21. Patrícia,

    Já sei que é de Odivelas e que tem 32 anos, que gosta de cozinhar e de crianças. Eu sou de Lisboa e um pouco mais velho, mas pelo menos temos estes gostos em comum. Já quanto aos U2, embora reconheça que o Live Aid foi um acontecimento extraordinário, nem por isso sou fã do Bono e até acho que ele nem sempre foi feliz nas suas posições e atitudes. Mas, isso é o que acontece com qualquer um de nós, senão, seríamos todos perfeitos e a vida não tinha emoção nenhuma. O que lhe posso diz mais? Muita coisa, talvez, mas acrescento apenas duas: nunca fui ao Lesoto, mas já vi muitas crianças necessitadas em todo o mundo, até aqui em Portugal, e ainda continuo a impressionar-me com isso; e como não consigo ficar indiferente, não preciso de andar com sacos de presentes atrás, ou caixas de comida para lhes distribuir. Cada vez tenho menos dúvidas que dispensar-lhes alguma atenção já é muito bom. Porque a fome e as doenças não são o único problema que essas crianças podem ter. A exclusão é ainda mais terrível e isso combate-se com afectividade, com comunicação. Se eu não fosse tão pecador, até a convencia que era padre, ou missionário, que é uma figura mais condizente com os cenários por onde viajo. A segunda coisa que lhe digo é que não precisa de agradecer eu ter-lhe respondido. Porque isso é o mínimo que eu posso fazer a quem se dá ao trabalho de expressar o que lhe ocorre depois de ler as minhas histórias. Portanto, como vê, eu é que tenho de agradecer-lhe!

    Beijo,

    Alexandre

    PS - E acredite que agradecer quando temos motivos para fazê-lo é uma das coisas boas da vida. Mas isso, já percebi que ambos sabemos...

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  22. Ola Alex

    Já me conheces há muitos anos , para saber que a minha vontade de ajudar os outros é verdadeira. Mudei-me para o interior Alentejano, e como passei a dispor de mais tempo livre , propus-me fazer voluntariado junto de uma instituição de crianças maltratadas e abandonadas pelos pais. Como em Lisboa dei aulas e como sabes, conseguia motivar e aproximar-me dos alunos mais rebeldes , achei que não ia ter problemas em ajudar estas crianças.
    Apesar de muitos contactos e telefonemas, de comprovativos das minhas capacidades …a burocracia , ou outros interesses não revelados , nunca me abriram as portas , apesar de eu saber por algumas funcionarias que a minha ajuda ..ou apenas os meus abraços eram tão úteis ..
    Ajudar os outros é tão difícil em Portugal

    Espero que em Angola seja mais fácil..

    P.S – E claro que sabes que podes contar comigo..até para ir a Angola contigo

    Um beijo grande

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  23. Olá "Anónima",

    Conheço bem essa instituição. É perto da Terrugem e de Vila Boím. Trabalhar com essas crianças e adolescentes não deve ser nada fácil, mas acredito que conseguir que esse trabalho resulte positivo para o futuro de alguns deles será, de certeza, bastante recompensador para quem o conseguir. Porém, pelo que me conta, não será uma tarefa para si e lamento, por si e pelos miúdos, pois também acredito que os pudesse ajudar. Mas deixe-me dar-lhe uma sugestão: não se foque numa instituição, ou numa tarefa formal de ajuda, ou até apenas em crianças. Os adultos, mesmo que não sejam velhos, também precisam de ajuda e quanto mais crescemos, mais raro é encontrarmos quem nos possa ajudar. Às vezes, não é preciso mais do que um par de ouvidos e, como reza a Bíblia, basta uma palavra...

    Beijo,

    Alexandre

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  24. Boa tarde Alexandre,

    Sim, gostei de rever as imagens de sítios por onde andei há 45 anos. Ainda hoje tenho muito presente a imagem retida na visita a uma aldeia em S.Salvador (M'Banza Congo?"): as ruas e o chão das casas,sendo de terra batida, estavam extremamente limpos, pareciam encerados!
    As picadas e os caminhos enlameados que percorri também gosto de os recordar, embora na altura não achasse muita piada.
    Piada e deslumbramento iam quase inteirinhos para a capital, Luanda. Tinha aí conhecido uma linda enfermeira... que ainda hoje continua a aturar-me e a tratar de mim.
    Vou continuar a seguir o seu blog com todo o gosto e à espera de notícias sobre as crianças de Quimaria.
    Um abraço.
    Roth

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  25. Olá Alexandre

    Mais uma vez como todos dizem, nos trazes lindas histórias verdadeiras, neste caso de alguém que viu uma hipótese de ajudar crianças,crianças essas que vivem num lugar que ele conheceu, onde esteve durante algum tempo e que o marcou. Não é de admirar pois aquela terra marca qualquer um que a conheça, a sensibilidade desta pessoa é imensa, depois de tantos anos...
    E tu contas-nos de forma tão especial onde misturas o que ele te contou e a tua própria experiência com fotos maravilhosas, como é teu apanágio, que consegues envolver-nos, despertando o nosso interesse e espírito solidário que há em todos nós, mas que muitas vezes como tu dizes, a indiferença predomina.

    Não sei o que poderás e como, organizar a possibilidade de concretizar a onda que levará a que muitos se disponibilizem para ajudar, aliás já se disponibilizaram, mas o que sei é que podes contar comigo, no que me fôr possivel. Bem hajas amigo.

    P.S.
    só um comentário ao que dizes algures no texto:
    "metrópole o que hoje se chama Portugal continental".
    Na verdade nessa época Portugal era Portugal, metrópole era uma expressão que se usava de facto muito, mas não em substituição. Ensinaram-me que essa palavra queria dizer "mãe pátria", eu assumi essa explicação, embora não tenha a certeza.

    bjs afectuosos
    da amiga Lena

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  26. Olá Lena,

    Mais uma vez, obrigado pela disponibilidade e ainda pelo esclarecimento quanto à aplicacäo da expressäo "Metrópole". Se decidir fazer algo no sentido de apoiar um projecto de criancas em Angola, já sei que também conto consigo!

    Beijo,

    Alexandre

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  27. Olá Alexandre!

    Parabéns pelo blog, gostei! :)

    Sim, gestos simples que podem mudar o mundo... Belíssimas fotos!

    Grande abraço

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  28. Esse por de sol é daqueles que só se encontra em África. :) Gosto muito dos seus relatos e das suas experiências. Para mim blogs como o seu são "um passado que me deixa saudades". Embora não conheça nem Cabo verde, Angola e Guimé Bissau. So estive em São Tomé e Moçambique.
    O blog a que me refiro no meu tópico é este:
    sombradoimbondeiro.blogspot.com

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  29. Olá Fê,

    Ainda bem que gostou, mas tenho de dizer-lhe que eu apreciei bastante o seu blog de viagens, onde recordei as visitas à Turquia. Guardei para depois os outros conteúdos, mas fiquei curioso de "embarcar" nas suas outras viagens. E reparei ainda nos próximos destinos que a Fê pretende visitar. Eu já estive numa boa parte deles e será um prazer falarmos sobre isso!

    Beijo,

    Alexandre

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  30. Olá Sweet,

    Já percebi que também ficou "contaminada" com África. Este continente não admite meios termos: ou se gosta e então gostasse muito, ou se detesta e é insuportável andar por lá. Felizmente, eu gosto, até porque se não fosse assim sofria imensa, tantas as vezes que vou a África para trabalhar, fazendo reportagens e criando roteiros e guias de viagem...
    Entretanto, já visitei o blog que me indicou e a conclusão a que cheguei é que o mundo é mesmo uma aldeia: o autor desse blog está só a trabalhar (há muito pouco tempo, pelo que ele conta...) na obra da construção daquela que em breve se tornará na maior mina de carvão a céu aberto de todo o mundo. Eu nunca lá estive, a uma hora e tal de viagem deste Tete, mas uma amiga minha trabalha lá...

    Beijo,

    Alexandre Correia

    PS - E também vi que aprecia cozinhar. Somos dois!

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  31. Estas imagens sao muito familiares aos muitos ex-combatente da guerra do ultramar,e como fiz tropa no Toto recordome perfeitament dos militares do quimaria que se iam reabastecer ao nosso aquartelhamento toto.Cgegavam em brutos zeeps, todos cheiso de pó com calculam...A estrada de toto entre Quimaria existiam muitas arvores de mangas...Aí que povo de Angola....Tropa 1966 a 1968 Companhia de caçadores 1494.

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  32. Olá, Alexandre! É minha primeira visita aqui e fiquei totalmente encantada: pelas imagens, pelos textos (confesso-não li todos ainda...). Parabéns pelo trabalho e pela sensibilidade. Um beijo e até breve!

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  33. Olá Joaquim,

    Cheguei a Toto eram aí umas onze e tal da noite e como de noite todos os gatos são pardos, na realidade o meu conhecimento dessa localidade é muito escasso. Mas, seja como for, percebi que é uma vila com alguma dimensão e, sobretudo, bastante população. Parei cerca de uma hora, para comer, nas instalações de uma fazenda, já quase à saída para o Uíge. Mas lembro-me perfeitamente das mangueiras na estrada desde Quimaria, pois grande parte desse percurso ainda cumpri de dia, provavelmente com o mesmo suor que os militares que o Joaquim recorda ver chegar, mas garantidamente sem a mesma tensão de então, pois a paz agora é a ordem do dia. Felizmente!

    Abraço,

    Alexandre Correia

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  34. Olá Marina,

    É um prazer receber visitas assim! Mentia-lhe se não dissesse que apreciei o seu comentário, porque embora as fotos sejam o elemento de contacto mais fácil, na realidade o que eu faço mesmo é escrever. A fotografia é, digamos, uma actividade acessória, que procuro executar com a maior qualidade possível. Até porque acho que vale sempre a pena empenharmo-nos naquilo que fazemos para que o possamos fazer sempre da melhor maneira. Não interessa o quê...

    Beijo,

    Alexandre Correia

    PS - E será sempre bem vinda nestas "viagens"!

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  35. Vim agradecer suas tão gentis palavras! Minha cozinha é bastante despretenciosa, simples mesmo...aprendi vendo as pessoas da minha história (avó, mãe, e todas mais com barriga no fogão que conheci pela vida). Tenho certeza que teria muito a aprender com suas receitas de tantos horizontes avistados, como seu pão com azeitonas e sua carne estufada (que não foi feita nesta ocasião, mas certamente será!!), da mesma forma que vou me enriquecer com suas viagens e escrita!!
    Beijos, Marina

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  36. Marina,

    Escrever e cozinhar, viajar e conduzir, enfim, são muitas as coisas que eu gosto de fazer e, felizmente, faço a toda a hora. Procuro fazer tudo isso o melhor possível, o que não quer dizer que seja um mestre em alguma coisa. Claro que se perguntar para as minhas filhas pelo bolo de chocolate que as faz chorar por mais, elas vão-lhe dizer que nunca comeram melhor, mas elas são suspeitas e eu seu do que são capazes para ganhar uma fatia extra. Ao escrever, procuro envolver o leitor e isso é o meu trabalho há 30 anos (começei cedo...), mas as visitas que recebo neste blog e os comentários que suscitam, como o seu, aliás, reforçam a ideia de que quem gosta de ler fica bem servido com estas histórias. Curiosamente, nunca escrevi sobre cozinhar mas, já que fala do pão com azeitonas e da carne estufada, vou escrever a ficha completa e mando para si! Logo me dirá que tal saíu...

    Beijo,

    Alexandre

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  37. Oba!!! Estou esperando!! Obrigada! Um beijo

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  38. Olá Alexandre
    já lhe disse várias vezes como me sinto bem aqui pelas imagens que me trazem mil recordações da terra que amo, pelas suas reportagens sempre fantásticas e acrescento, pelo efeito que tem criado com a sua humanidade.
    Achei a sua ideia do apoio escolar muito boa e concordo que deve ser levada em mãos para chegar aonde deve ser.
    A minha situação actual é bastante complicada com problemas de saude e todos os apoios especiais que o meu Gonçalo precisa mas se tomarem alguma iniciativa e cada um puder ajudar com o que tem...cá estou para colaborar.
    Um beijo grande.

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  39. Olá Ana,

    Agradeço a sua generosidade. Quando se trata de ajudar os outros, todos os esforços contam. E no que toca a dinheiro, cada cêntimo é precioso. Infelizmente, é mais fácil reunir fundos junto daqueles que sentem mais dificuldades no plano financeiro, do que entre os que vivem com desafogo. Precisamente por isso torna facilmente as pessoas indiferentes.
    Um destes dias voltei a lembrar-me desta ideia ao ver uma reportagem sobre uma jovem portuguesa, que é hospedeira de uma companhia de avição nos Emirados Árabes Unidos e que um dia, numa escala prolongada no Bangladesh, ficou tão impressionada com a pobreza que viu que decidiu fazer algo contra isso. E abriu uma pequena escola num bairro miserável, que começou num quarto alugado e que entretanto já cresceu, sobretudo em impacto e importância, ao ponto desta nossa compatriota ter sido distinguida como Mulher do Ano nos E.A.U., o que é notável, se levarmos em consideração que o prémio incidiu sobre uma europeia não muçulmana e o motivo foi um projecto de luta contra a exclusão num país miserável e hindú. Pensando no projecto desta portuguesa, ainda tenho menos dúvidas em como podemos sim fazer qualquer coisa, com uma contribuição que não faça diferença nem ao mais pobres dos leitores deste blog. Como diz o ditado, quem dá o que pode, a mais não é obrigado! Falaremos em breve, que o assunto não morre aqui. Mas aviso já uma coisa: a minha ideia é desenvolver um projecto num país africano de expressão portuguesa, mas não em Angola. Simplesmente porque, apesar de tudo, Angola tem vindo a crescer bastante bem e há outros países da comunidade lusófona que necessitam bem mais e não têm quaisquer recursos. Estou a referir-me a São Tomé e Príncipe. Quem não concordar, não dá...

    Beijo,

    Alexandre Correia

    PS - E quem ler isto, que dê a sua opinião.

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  40. Eiiii Alexandre
    Tá sumido heim???? Tô com saudades de mais novidades...Hoje tô aqui prá lhe fazer um convite (quase uma intimação rsrs): amanhã 29/01 dá uma passadinha lá no blog e me ajuda com o "Aquilo que me cativa"? Não tem importância se for outro dia, mas conto com vc!
    Seus leitores estão convidados também.
    Beijuuss n.c.
    Regina
    www.toforatodentro.blogspot

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  41. Olá Regina,

    Conte com a minha visita! Bem e se algum dia me encontrar às portas do céu numa folga de São Pedro, por favor, não me pecha para soletrar uma palavra de acesso muito difícil...

    Beijo,

    Alexandre

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  42. Olá Alexandre,

    Como já disse anteriormente. Pode contar com a minha ajuda. A minha opinião em relação ao comentário do Alexandre, concordo em absoluto de se ajudar as crianças de São Tomé e Principe.

    Beijo

    Isabel de Miranda

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  43. Se é São Tomé, já lá estou! Grande acerto, Parabéns

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  44. Caro Alexandre,

    Li acima, em resposta à Ana, sobre a sua decisão de desenvolver um projecto de ajuda em S. Tomé. Acho louvável essa decisão. Porém, o que inicialmente me impeliu a manifestar o meu apoio à ideia de ajuda às crianças de Quimaria foi o relato aqui trazido pelo Alexandre sobre um pedido do ex-militar M R. para converter em ajuda escolar a sua pensão de 140 euros.
    Sei que Angola tem uma situação económica melhor que a de S.Tomé e Príncipe, mas isso não significa, talvez, que a maioria das crianças angolanas estejam bem servidas de escolas e material escolar.
    E depois há também a lembrança que guardo das terras angolanas e das gentes daquela região. A minha motivação reside também nessa ligação que vai permanecer para sempre.
    Também calculo que as dificuldades levantadas por quem manda em Angola a estas iniciativas devem ser mais que muitas. Em São Tomé será diferente com certeza.
    Aplaudo a sua iniciatiava e acompanhá-la-ei aqui, onde não dispensarei as suas excelentes crónicas e reportagens fotográficas. Mas sobre a ajuda vou pensá-la melhor.

    Um abraço para o Alexandre e para todos os seus leitores, e em especial para M. R.

    Roth

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  45. Olá Alexandre, venho para agradecer a sua visita ao meu humilde sitio e as palavras que lá deixou que me encantaram e posso dizer que me pareceu voltar a pisar o picadeiro no Lubango e comer o bom bom do pastelinho de nata da Flórida.
    Fiz muita participação no Rádio Clube da Huíla e tivemos um programa semanal "Herois da Chela" para quem se lembra, que contava a história dos primeiros colonos na região.
    Morei no Lubango a partir de 1964 no Bairro da Lage, ao pé das padarias do Arnaldo Fernandes, nas casas do Madeira.
    Entretanto e lendo aqui alguns dos seus artigos, fiquei feliz por o ter encontrado e surpreso pela positiva com a qualidade dos mesmos. Muito humano e repleto de sensibilidade que muito admiro e respeito.
    Angola pode ter muito petróleo, corrupção e os anseios de um povo que tanto lutou pela liberdade e não vê modo de os seus sonhos se realizarem, mas o que importa é o que esse povo humilde e maravilhoso precisa e perante a realidade saber que há gente que isso interioriza e passa à acção.
    E em nota de rodapé lembrar que os Timorenses também têm petróleo, pois o sr. que assim se referiu à ajuda para Timor, deve não ter conhecimento de tal. E bem que posso falar assim sem pruridos sobre Timor e timorenses, porque fui junto com a minha família, dos primeiros a manifestar-me junto à embaixada dos USA, quando da violência que aquele povo foi vitima antes de se livrarem da Indonésia.
    Termino enviando um forte e sincero kandandu.

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  46. Caro Roth,

    Compreendo perfeitamente que a sua ligação afectiva a Angola e, provavelmente, sobretudo ao norte de Angola, o motive bastante mais do que São Tomé e Príncipe. Nem ponho isso em dúvida. Mas, como muito bem adivinhou, não é fácil concretizar um projecto destes em Angola onde, de resto, até as O.N.G.'s mais importantes têm de submeter-se a regras muito apertadas e não têm propriamente liberdade de acção para desenvolver os seus projectos. Por um lado, até entendo essas medidas como uma forma de controlar o chorudo negócio da indústria da ajuda humanitária & afins, mas isso somente leva a crer que as dificuldades para um projecto modesto como o que poderá estar ao nosso alcance seria extraordinariamente difícil de implementar. Daí ter pensado em São Tomé, uma ilha que conheço como poucos locais conheçem, e onde há carências incríveis a todos os níveis. Na educação, a falta de meios e de condições é enorme e do meu conhecimento local, estou em crer que com um investimento leve, por parte de quem contribuir, será possível fazer alguma coisa que possa "fazer a diferença". Para além disso, convém chamar a atenção para outra questão fundamental: no orçamento da esmagadora maioria dos projectos desenvolvidos pelas grandes O.N.G.'s, inclusive pela própria O.N.U. e o seus organismos, como a UNICEF, a percentagem que é cativada para suportar as despesas é bastante superior à verba que é gasta na acção de ajuda em si; chega a ser uma proporção de 90% para pagar despesas com pessoal, com transportes, equipamento, etc., contra 10% para a comida que é distribuída, os cuidados médicos dispensados, etc... Angola é um país onde o custo de vida é dos mais elevados do mundo, o que desde logo nos empurra para uma desproporção dessas. Em contrapartida, acredito que consigamos muito mais facilidades para um projecto em São Tomé, para que os donativos revertam totalmente para a aplicação num projecto com crianças e a sua educação. Pense nisso...

    Um grande abraço,

    Alexandre Correia

    PS - E mantenha-se em contacto!

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  47. Caro Kimbanda,

    Sabe o que lhe digo? Que se um dia perder a memória, perderei toda a minha vida. As nossas memórias, especialmente as boas recordações, são tão importantes como comida, pois alimentam-nos naqueles momentos em que não estamos a viver nada de novo. Fico contente por saber que a minha mensagem lhe despertou boas memórias. E fiquei, claro, a conhecer um pouco melhor as suas, vividas naquelas terras altas, lá no interior do sul de Angola. Com tempo, este blog acabará por lá chegar e então logo terá oportunidade de rever aquelas avenidas enormes, a grande praça central, até a fachada da Flórida...
    Quanto à questão de Timor, sei sim que têm petróleo, o maldito petróleo, mas também outras riquezas importantes e bem rendosas, como gás natural. Não foi à toa que aquela terra perdida no fim do Mundo — era mesmo assim que se pensava no "tempo do Império Português", que ía do Minho a Timor...— a dada altura se tornou importante para os australianos. Porque a intervenção indonésia e o patrocínio desta invasão por parte dos EUA (que está, aliás, devidamente documentada nos arquivos norte-americanos que, entretanto, perderam a restrição de "secreto"), em 1975, prendeu-se unicamente com o medo da propagação do comunismo. Recordo que se vivia o auge da chamada Guerra Fria e que os EUA tinham acabado de passar pela humilhante retirada do Vietname, portanto não estavam disponíveis para se meter noutra cruzada contra o comunismo, mas continuavam dispostos a financiá-la; e os indonésios aceitaram o "patrocínio"...

    Abraço,

    Alexandre Correia

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  48. Meu querido amigo, que palavras,que imagens...
    Podemos pensar como enviar o auxílio,caso não der gostaria muito de ter contato com essas crianças( vi carta,e-mail enfim troca de experiências)entre meus alunos e essas crianças)Vc concorda???
    Obrigada pela sua visita em meu blog e venha visitar Joinville.

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  49. Olá Alexandre,

    Antes de mais parabéns pelo blog, este relato é fantástico. Eu também distribuíria os 140 euros, e material escolar era uma excelente opção.
    Quanto ao que se disse sobre o Bono, a minha posição é clara, sou fã de U2 há muitos anos, tenho 27 concertos vistos e bilhetes para mais 7 este ano, em relação ao Bono fora dos palcos já me cansa. Não dúvido das intenções dele, nunca duvidei mas estou cansado porque além de fã faço parte do team que gere o site www.u2portugal.com e as notícias relacionadas com a banda não nos passam ao lado, mesmo as pessoais.
    Há 4 anos num périplo que fiz na costa leste americana, assisti a uma conferência na Universidade de Nova Iorque sobre África, os oradores eram o Bono e o Jeffrey Sacchs, um activista em direitos humanos. Mostraram a obra da fundação dele. Gostei do senhor, tem um discurso simples e concreto. Mas do Bono estou farto.
    Um abraço Alexandre deste a partir de agora assíduo leitor.
    Hugo Martins

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  50. Boa tarde Alexandre! Convite aceite e registado com algumas palavras:)
    África e gestos simples tão grandiosos... são dois amores meus (sem qualquer pretensão!)!!!

    Parabéns pelo seu espaço e pela sua partilha*
    Joana

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  51. Olá Joana,

    Há momentos na vida em que somos pretenciosos. E, por vezes, um dia, descobrimos que isso nos torna ridículos. Porque, por mais que até nos possamos sentir especiais, no fundo somos todos iguais. Somos humanos, que é uma raça cheia de problemas, entre os quais a dificuldade de entender-se com os seus. Tornarmo-nos simples é ascendermos a um grau de riqueza tão elevado que não o conseguir quantificar. E quando somos assim ricos, o mínimo que podemos fazer é partilhar essa riqueza. Seja em África ou apenas aqui, neste blog...

    Beijo,

    Alexandre Correia

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  52. Olá Hugo,

    Depois de ter feito uma volta ao mundo virtual através do seu blog, é um prazer reencontrá-lo aqui. Ainda para mais com uma proposta de colaborar num projecto como aquele que se começa agora a desejar. Uma vez que é professor, uma vez que ainda não visitou São Tomé e Príncipe, porque não pensar em envolver-se de uma forma ainda mais participativa? Tenho a certeza de que seria uma viagem memorável. E não só porque aquele arquipélago é um dos últimos paraísos na terra!
    Registei que é um fã ferrenho dos U2, como entendi que compreende a minha visão da postura do seu líder. Apesar disso, ontem mesmo tive uma grande lição que não esperava, quando me senti envergonhado por não ter ajudado nunca uma amiga que precisa imenso de apoio, e que eu tinha prometido fazê-lo. Na verdade, estas coisas não se anunciam: fazem-se e ponto final. Já diziam os romanos, há mais de dois mil anos, que "errare humanum est". Oxalá esteja aqui a nascer algo de que dentro de algum tempo todos nos possamos orgulhar. Mas não para aliviar os pesos na consciência...
    Sei que em breve irá visitar Marrocos. Terei muito gosto em ajudá-la nessa descoberta, caso sinta que posso ser útil.

    Abraço,

    Alexandre Correia

    PS - E vamos, pois, manter o contacto para este projecto!

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  53. Olá "Joinville"!

    Vamos lá mandar essa brisa do prazer de aprender pelo mar fora, rumo a São Tomé e Príncipe. Basta mesmo uma brisa para fazer a diferença. Não precisamos de pensar sequer numa ventania, por num sítio onde nem sequer corre uma aragem que seja, a mais leve brisa já será sentida como um temporal. Como também é professora e há uma embaixada do Brasil em São Tomé e Príncipe, quem sabe se o seu envolvimento no projecto de criar condições para melhorar a educação de crianças não pode vir a ganhar uma dimensão que ultrapasse o âmbito virtual? Mas, pelo menos por enquanto, acredito que pode começar já a ajudar, pensando no que é fundamental e sensato, dispensando megalomanias, claro. É que acredito que uma professora seja mais objectiva a identificar essas necessidades básicas.
    De resto, a simples troca de correspondência entre crianças e adolescentes que falam português, mas estão separados pelo mar e por outras realidades, parece-me que já será um bom começo de cooperação, se quiser envolver os seus alunos aí no sul do Brasil. Porque receber uma carta de alguém que quis simplesmente dizer-nos que pensou em nós é tão importante, tão motivante, que será uma alegria para esses miúdos começarem a sentir que não estão sós. Vamos permanecer em contacto, porque o projecto ainda não nasceu. Mas já está na barriga...

    Beijo,

    Alexandre Correia

    PS - E prometo que quando voltar aí tudo farei para ir a Joinville. Será, com certeza, um prazer!

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  54. Caro Alexandre Correia,

    Que bonito site cheio de virtudes e bem fazer. É também esse o lema da nossa "Comunidade", do grupo de salvação PAZ E AMOR INFANTE SANTÍSSIMO.
    Pretendemos tornar a solidariedade e o desprendimento acessíveis a todas as bolsas bem fazejas. Queremos tornar a conjugação do verbo dar ainda mais gratificante. Uma dádiva mensal de € 139,90 pode mudar muita coisa e para tal basta fazer o seu donativo pelo NIB 0019 0000 07990179002 88.
    Seja o próximo a se exceder na prática da generosidade. Lembre-se que mesmo ao seu lado, a um teclado desprendido de um qualquer multibanco, pode reconjugar o verbo DAR e ajudar a salvar o seu próximo desconhecido. O mundo tem muitas carências e esperamos por si.

    Professor Luís

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  55. Caro Professor Luís,

    Fico comovido com o seu apelo irresistível à generosidade. Tocou-me tanto que ontem mesmo não resisti a ingressar nessa comunidade fraterna e senti esse enorme calor ao entrar no templo, cheio de fieis. Apesar de alguma resistência, devo confessá-lo, depois de entrar fui invadido por essa paz e, naturalmente, foi com uma grande sensação de prazer que deixei o meu donativo. Em espécie, porque não tinha anotado o NIB.

    Caridosamente,

    Alexandre Correia

    PS - Querido mano, parabéns por mais este demonstração hilariante de humor. E não te esqueças de que hoje temos mais um aniversário para festejar...

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  56. Alexandre

    Adorei as suas viagens!Tão diferentes das minhas e tão especiais...as fotos também são únicas!
    Vou continuar a acompanhá-lo!

    Bjs

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  57. Olá Margarida,

    As viagens que nós escolhemos fazer são sempre especiais. Precisamente por serem a nossa escolha. Nem todas correm bem. Tal como entendi que as suas experiências africanas não lhe deixaram saudades, também lhe digo que já passei por situações muito difíceis, até tensas e algumas perigosas mesmo. Mas, pegando numa frase que em miúdo me lembro de ver escrita na parede de uma taberna por onde passava todos os dias a caminho da escola (quando ainda havia tabernas em Lisboa...), que dizia que "o vinho é o maior inimigo do home, mas virar as costas ao inimigo é cobardia". Se não fosse, se calhar nunca teria voltado, por exemplo, a Angola, ou às Filipinas, ou às montanhas entre Myanmar e o nordeste da Tailândia, ou à Mauritânia, ou... a lista seria longa. Cada regresso, acredite, permitiu-me ver coisas novas nos mesmos lugares e compreender ainda melhor tudo isso. E é assim que acabamos por criar afinadades com os lugares. Tal como sucede com as pessoas, nem sequer a primeira impressão é fidedigna. Mas conta muito. Eu sei que conta...

    Beijo,

    Alexandre

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  58. Caro Alexandre,

    Aceito desde já uma sugestão de tão profundo conhecedor de Marrocos. Chego a Casablanca no Sábado e tenho voo de regresso de Marraquexe na 4ª feira. Estou em dúvida entre ficar em Casablanca uma noite e arrancar de comboio para Marraquexe no Domingo ao final do dia e depois ficar em Marraquexe o restante tempo, ou ficar em Casablanca até 2ªfeira e aí seguir para Marraquexe. Caso fique 3 dias completos em Marraquexe já ponderei tirar um para ir a Essaouira com volta no mesmo dia.
    Aceito sugestões.
    Abraço e obrigado

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  59. Olá Hugo,

    Como perguntou, eu respondo-lhe que deve mesmo ir a Essaouira e até ficar lá de um dia para o outro, porque a cidade, embora pequena, é fantástica e as ruas da cidadela amuralhada enchem-se ainda mais de gente e de vida após escurecer. Mas de dia, a baía e a enorme praia, o porto de pesca, a esplanada na muralha são imperdíveis. Em contrapartida, três dias em Marraquexe só que quiser sair de lá íntimo da população, pois mesmo vendo ao detalhe cada peça dos museus, vai-lhe sobrar tempo! Porque não experimentar fazer o seu passeio ao contrário? Chegava a Casablanca e conhecia a cidade, até podia depois apanhar um comboio e ir dormir a Rabat (o Ibis é uma óptima referência e fica próximo da estação...), depois voltava para sul e seguia sempre junto à costa, visitando El Jadida e Safi, que tal como Essaouira, têm raízes portuguesas e são bem interessantes. No fim, subia a Marraquexe e tomava um sumo de laranja na Place Jema El Fna ao cair da noite, como é da praxe. Pense nisso...

    Abraço,

    Alexandre

    PS - E boa descoberta da Madeira. Eu, por mim, estou de partida para a Terceira, Açores.

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  60. Muito obrigado pelas dicas Alexandre, estão registadas.
    A Madeira vai ser um regresso, são apenas 2 dias.
    Os Açores ainda não conheço mas em breve irei lá.
    Boa viagem pela Terceira.
    Abraço

    Hugo

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  61. Caro Alex

    Está confirmado dia 10 de Fevereiro pelas 1230, no Clube de Sargentos da Armada, na Rua das Escolas Gerais em Lisboa. A ementa Cozido à Portuguesa. Ponto de encontro ás 1215 no clube.

    O meu contacto 966726685

    Atenciosamente
    Francisco Gavancho

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  62. Comecei a ler e recordei tempos passados na Guiné
    Conheci de frente e na pele a fome e o desprezo.
    Vou seguir-te pois gostei de ler.

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  63. Caro Direitinho,

    Fome e desprezo são algumas das coisas mais duras a que alguém pode ser sujeito. Ficam marcas para a vida e essas são recordações que não regressam à memória com prazer. Não tenho dúvidas disso e lamento que tenha passado por isso. Fico satisfeito que estes textos lhe tenham recordado também África e que os queira continuar a ler.

    Abraço,

    Alexandre Correia

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  64. Meu caro,
    Tenho andado afastado da net. Hoje vim visitá-lo e fiquei sem palavras ao ler esta postagem. Alexandre Correia no seu melhor...
    E o que acontece a um poeta quando fica sem palvras? Bem, explode internamente, como se fosse um vulcao em erupcao interna. M.R. é um grande ser humano e a escrita de Alex. Correia é bela e profundamente viva.
    Bem haja
    Kandandu

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  65. Caro Namibiano,

    Eu e que fico sem palavras cada vez que o meu amigo aqui aparece! E um prazer, alias, reencontra-lo nestas viagens. Este sim, e o melhor premio que posso ter...

    Kandandu,

    Alexandre Correia

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  66. Olá alexandre. Descobri seu blog há pouco tempo, quando via outros blogs sobre Angola e aos poucos fui me afeiçoando. Creio que mereces os parabens não só por nos transportar a cenários e "realidades" africanas, mas tambem pelo seu senso de humor e pela sutileza de sua escrita. Gosto muito do seu blog, das fotos, e especialmente do jeito simples de escreveres (e porque não dizer, de pensares a vida). Tambem admiro muito a atenção que dirige aos teus leitores, afinal são tantos. Eu tenho um blog tambem, ainda novo, e minhas experiencias são lá um pouco diferentes. Depois de ler o seu até pensei se minhas decepções com certos detalhes da vida dura de Angola, especialmente Luanda, não me fazem escrever pesado, duro, talvez triste. Bem, como você citou aí acima nalgum comentario, somos humanos e cheios de defeitos e isso nos faz diferentes. ha poucos dias mudei de Luanda, estou no interior e seus relatos me parecem tao proximos. Vejo crianças, como as de Quimaria, a brincar, a buscar água, a serem seguidas pelas cabras... A vida no interior de Angola é dura mas tem um ar de poesia, um vento de prosa, que imagino que te invadiram e ainda bem que nós (leitores) conseguimos participar das tuas aventuras embalados por esse vento. Tao maravilhada fiquei com certos relatos teus que tomei a liberdade de "recontar" uma de suas historias no meu blog e de nao esconder de onde tirei obviamente.
    Espero poder continuar acompanhando tuas viagens.

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  67. Olá Vivi,

    Percebi que vê Angola com um "olhar de cacimbo", talvez diferente do meu, talvez porque vive aí e eu vou só de visita, com bilhete de regresso para duas semanas mais tarde. Nunca me cansei de Angola por sempre regressei a casa antes, mas nem todas as experiências por aí vividas foram as melhores. Antes pelo contrário, foi precisamente aí que vivi alguns dos episódios mais duros e tensos de toda a minha vida...
    Desejo que ao trocar Luanda por Caxito consiga melhorar a sua qualidade de vida por aí. E agradeço a simpatia do seu comentário ao meu blog. Inspire-se à vontade e vamos continuar em contacto!

    Beijo,

    Alexandre Correia

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  68. Sim, voltar uns dias para casa sempre da uma revigorada. Estou com saudade da minha casa, mas gosto da Africa, apesar do olhar de cacimbo. Agora em Caxito ja me sinto melhor, apesar do calor desas épocas. Ja fui a Barra do Dande e achei lindo, melhor que é pertinho de Caxito, se eu puder irei todos os dias. obrigada pelo comentario e siguamos em contato sim. O seu blog é otimo, pode ter certeza que continuarei acompanhando sempre, conforme a internet no interior de Angola me permitir. Um abraço e boas aventuras.

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  69. Alexandre, estamos encantados com seus textos tão bem escritos e lindas fotos! Adoramos suas viagens!
    Vamos continuar acompanhando...
    abraço

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  70. Nossa, quem me dera pooder estar no meio deles ajudando naquilo que posso.
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... dando uma espiada no seu cantinho.
    Saudações Florestais !
    http://www.silnunesprof.blogspot.com

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  71. Olá Silvana,

    Pois eu também "ouvi dizer" que a Silvana tem um blog muito interessante. E acredite que a sua ajuda seria preciosa, porque a língua portuguesa anda muito maltratada por esse mundo fora e os países africanos que têm a nossa língua têm um ensino menos rigoroso do que o português merece.

    Beijo,

    Alexandre

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  72. Caros António e Ellen,

    Bela profissão essa que vocês têm! Eu sou apenas um editor, que viaja atrás de reportagens. Quem me dera ser assim um viajante profissional! Agradeço a simpatia dos vossos comentários e retribuo dizendo que também apreciei a vossa "viagem afora". Estive a ler algumas páginas e gostei da foto que ilustra o vosso perfil, feita nas margens do rio Douro. Talvez até nos tenhamos cruzado; quando foram dos pastéis de Belém à Torre de Belém, passaram pela certa à porta do meu escritório... Não nos encontrámos nessa altura, mas vemo-nos aqui, agora.

    Abraço,

    Alexandre Correia

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  73. Regressado de Marrocos passo aqui no seu espaço só para deixar um abraço. Adorei Marraquexe, quero voltar para conhecer melhor o resto do país e aí sim seguir as dicar que me deu.

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  74. Olá Hugo,

    Pois fico contente de saber que gostou. Dentro de um mês, eu vou fazer uma grande viagem por Marrocos. Mas não será para contar as histórias aqui no blog. Essas, vou reservá-las para a revista Todo Terreno, da qual sou editor.

    Abraço,

    Alexandre Correia

    Ps - Quando precisar de alguma coisa, diga!

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  75. Para já vou tornar-me leitor da Todo Terreno, não quero perder essas histórias nem por nada.
    Abraço

    Hugo Martins

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  76. Querido amigo, Alex, estou aqui em meio: "Aos meus macacaquinhos" expressão do livro Menino Maluquinho . (Tradução cheia de ideias). Como faço para entrar em contato com vc por e-mail? Aguardo retorno. Abraços criativos e fraternos

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  77. Amigo Alex: Fiquei comovido com o que tenho lido. Não me passou pela cabeça que a nossa troca de palavras fosse tão longe...Por esse motivo e pelo facto de ainda não ter recebido os 140 Euros (tinham prometido, desta vez para 24/2, mas sabe como são estas coisas!)não tenho dito nada. A ideia continua de pé. Quando o dinheiro estiver na minha posse, voltarei a pedir a sua ajuda. Até lá um grande abraço.
    M.R.

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  78. Minino nu bem 'li/
    nu bati palmas, nu canta/
    oras qui nu'stá djunto/
    Nu 'ta brinca medjor!!!!!

    Uma canção em crioulo e um pedido: que passes a por um «sumário» no início de cada post QUE É SEMPRE MUITO INTERESSANTE mas um pouco extenso para quem, como eu, nem tempo para ler o do meu namorado tenho...

    KANDANDOS!!!!!!!

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  79. Já não lia o teu blog há algum tempo. Fiquei contente por perceber que escolheste uma foto da Angel que eu gostei tanto. Tinha um olhar tão doce...
    Também eu, como o amigo M.R., tive vontade de poder ajudar aquelas crianças. Quimaria ficou no meu coração.
    As saudades que eu tenho destas nossas viagens por Angola... mas isso, só tu e eu conseguimos perceber.
    Beijos,
    Lou.

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  80. Bom dia.
    Cheguei aqui por um acaso. Vi logo neste post que tem uma matéria que me interessa muito, voltarei para ler.
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja uma boa semana para você.
    Saudações Educacionais !
    em http://www.silnunesprof.blogspot.com

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  81. Olá Silvana,

    A vida tem destes acasos. Ainda bem que encontrou uma matéria interessante para si e volte sempre que quiser, para ler com calma.

    Beijo,

    Alexandre

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