sexta-feira, 14 de agosto de 2009


Porque Há Pequenos Almoços Memoráveis
"MANTEIGA NÃO TEM!"

[Texto e Fotos: Alexandre Correia]

Quando se fala em pequeno-almoço, nem toda a gente pensa propriamente em café, mas se faltar o pão, a coisa muda de figura. Lembro-me de há uns anos, numa unidade hoteleira da vila de Waku-Kungo (antiga Santa Comba, sede do célebre Colonato da Cela) no interior de Angola, ao pequeno almoço, a gerente estar junto ao cesto do pão a controlar os hóspedes, avisando-os que só tinham direito a um pão. Claro que houve vários clientes que não fizeram caso disso e o resultado foi que outros ficaram-se pelo café e uma barrigada de fome. A gerente, que era uma daquelas matronas que eu não queria ter como sogra (valha-me Deus!...), descompôs alguns dos abusadores, mas depois revelou ser mulher de sentimentos, quando se dirigiu aos que tinham ficado a olhar para o cesto vazio e, ciente de que não era justo serem castigados pelos comilões, explicou que não havia mesmo mais pão, mas que podia arranjar "qualquer coisa" para comermos. Assim que a ouvi dizer isso, pensei logo que afinal não ia já entrar em dieta, mas nunca me passaria pela cabeça que nos ia propôr uns bifes de vaca logo ao pequeno-almoço! A verdade é que cairam mesmo bem, tão bem que ao almoço, no Bailundo, pude resistir a mais uma dose de Galinha de Cabidela, reservando o apetite para o jantar; até houve quem pensasse que eu já estava "por dentro" da surpresa dessa noite: um espectacular Boi assado no espeto, que nos foi servido no meio do mato, junto às Águas Quentes do Alto Hama — uma nascente de água verdadeiramente escaldante nas imediações do famoso cruzamento que distribuí o trânsito para o Huambo, para o Lubango, para o Lobito ou para Luanda.
Lembrei-me deste episódio quando, nesta recente viagem a acompanhar a quarta edição do Raid T.T. Kwanza Sul, nos voltou a ser proposto bifes para o pequeno-almoço. Isso aconteceu na vila de N'Zeto (antiga Ambrizete), duzentos e tal quilómetros a norte de Luanda, na costa, depois de uma noite em que nem todos puderam dizer que dormiram bem. Porém, desta vez, o que faltava mesmo era a manteiga, fundamental para barrar nos cacetes acabadinhos de sair do forno, na padaria muito sui generis que havia mesmo em frente, do outro lado da rua. "Manteiga não tem" — disse o patrão, acrescentando sem perder o fôlego a longa lista de coisas que tinha para rechear o pão: "Há uns bifes, tenho fígado, vamos já pôr na mesa uns fiambres (que, de facto, chegaram logo em bruto, para que cada um cortasse à facada autênticos "bifes" de fiambre...) e barras de queijo, estão a assar uns chouriços e umas morcelas, também posso arranjar doce, mas manteiga só há mesmo desta...", que era margarina. Contentei-me com o fiambre e o queijo, que casaram deliciosamente com os cacetes estaladiços, que ainda aqueciam as mãos quando os agarrávamos. Tão bem que me souberam estes cacetes que não resisti a atravessar a rua e fui à padaria. Já conhecia os cantos à casa, pois quatro dias antes tinha passado por lá precisamente quando estava a entrar no forno o pão da tarde, mas vinha de um almoço que me deixou suficientemente satisfeito para conseguir resistir ao apelo do pão quente, que liberta aquele odor único, como se fosse um chamariz. Então, entretive-me a conversar com o padeiro e a conhecer a sua casa e a sua família. Disse-lhe que também sabia fazer pão, mas que gostava mais de fazer bolos. Os filhos, quando me ouviram dizer isso, até arregalaram os olhos. Não foi preciso mais para ficarem conquistados e sentarem-se à minha volta, cheios de curiosidade em saber mais coisas: o meu nome, de onde vinha, como é a minha terra, etc. Mas ficaram mesmo encantados foi quando lhes disse que tinha também duas miúdas e acrescentei que a mais nova era um anjinho, para logo a seguir lhes mostrar uma fotografia da minha "Manena" (leia-se Madalena) vestida de anjo. Até o padeiro quis ver...


Depois de ter ficado mais de uma hora a levedar, a massa está pronta a entrar no forno e nada se desperdiça; com os restos, que já não chegavam para fazer um cacete normal, o padeiro fez duas pequenas bolas para os seus miúdos.

Um ritual que se repete duas vezes por dia: as primeiras fornadas saem ao nascer do dia, enquanto os galos ainda cantam para despertar a povoação. Depois, a meio da tarde volta-se a amassar e cozer pão para dar de comer às gentes de N'Zeto ao fim do dia. E quanto aparecem forasteiros, como nós, a alterar as contas da quantidade, a solução é reforçar a massa, para que ninguém fique sem o seu pão.

Enquanto uns tabuleiros cozem no forno, o pão acabado de sair arrefece ao ar. Não tardou muito a que os tabuleiros ficassem vazios...

Só faltava a manteiga, um luxo que a maioria dos clientes desta padaria nem sequer faz ideia do que seja. Nem no restaurante em frente, do outro lado da rua, havia manteiga para barrar no pão, mas o dono propôs-no de tudo para guarnecer os cacetes: fiambre, queijo, chouriço, bifes, frango e até fígado grelhado! Contentei-me com as duas primeiras opções e felizmente que levei comigo uma sanduíche de fiambre suplementar, pois foi o maior petisco que pude comer nos dois dias seguintes, à razão de uma discreta trincadela de volta e meia. Não imaginam como soube bem!...

Retrato de uma família numerosa, que é ainda maior. Não ficaram na fotografia nem o padeiro, que estava a tratar de mais uma fornada de pão, nem o filho mais velho, que o foi ajudar.

Rodeado pelos filhos do padeiro, alegres e saudavelmente brincalhões, contamos histórias uns aos outros e rimo-nos imenso. O mais velho demonstrou uma surpreendente habilidade para a fotografia, como o prova esta imagem; disse-me que um dia gostava de ser fotógrafo. Oxalá consiga!

17 comentários:

  1. O pão era mesmo fabuloso! Eu estive lá e posso confirmar.
    De anjos, além da pequenina Madalena que ficou por cá com muitas saudades do Pai e que eu adoro, recordo a "Angel" que conheci na aldeia de Quimaria, por onde passámos durante esta viagem que também é um anjinho que ficará para sempre na minha recordação. Oxalá tenhas uma vida plena!

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  2. Oi, Alex! Essas padarias são uma loucura mesmo, aqui temos uma no mesmo estilo. Pães deliciosos. A Africa transforma o mais enjoado dos seres humanos. Aqui eu como bananas que no Brasil eu colocaria no lixo. Talvez seja mais efetivo que servir ao exército rsrsrs
    E quer saber mais? Acho o pão daqui bem mais saboroso que o do Brasil!
    beijos!

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  3. Fiquei de água na boca depois de ler esta reportagem. Cheguei mesmo a sentir o cheirinho do pão fresco a sair do forno! E, como bom português, faltava realmente a manteiga para completar o ciclo. Mas com uma boa rabanada de fiambre e queijo, é para ficar bem satisfeito! O comum pequeno-almoço mexicano também consegue ser bem ligeiro. Entre “la barbacoa” (guisado de carne desfiada) ou o “menudo” (tripas) ficam outras opções sendo as mais suaves os típicos “huevos com salchicha o chorizo”, “huevos com jamon”, “huevos com rajas de chile”, etc. sempre acompanhados pela bela “tortilla de harina o maíz” (tortilha de trigo ou milho, respectivamente). E para “empurrar e não pesar muito”, “un licuado” de banana, papaia ou qualquer outro fruto, OU AINDA, a imprescindível coca-cola! Claro que fico um pouco indecisa com todo este menu, mas acabo sempre por cingir-me aos meus cereais, frutas, pão e café com leite. Claro que já experimentei a maravilhosa “barbacoa” e até “menudo”, mas não às 10h da manhã…

    Abraço,

    Silvia

    PS. Na primeira e última fotos desta reportagem captaram-se dois magnificos sorrisos!

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  4. Concordo plenamente com o comentário de Gui quando diz que "A África transforma o mais enjoado dos seres humanos." Eu sou uma enjoadinha em Portugal e em Cabo Verde transformo-me... LoL...

    Abraço!!!!

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  5. Olha, na minha DIETA, manteiga não tem, pão não tem, pastéis de nata não tem, chocolate não tem... Argh!

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  6. Olá Luísa, Gui, SM, Bé e Sailor Girl!

    O pão de N'Zeto era magnífico e não só porque havia fome. Havia também uma alegria especial, de parte a parte: da minha, como a Luísa viu, porque também é uma veterana destas expedições através de Angola e não perdeu esta, mas também do padeiro, que trabalhava com a sensação de estar a desempenhar uma missão fundamental para a vida daquela vida e fazia-o com o sorriso que captei na primeira imagem, como se poder desempenhar bem a sua missão/função fosse a maior recompensa. Afinal, termos sucesso naquilo que fazemos e sentir que os outros o reconhecem é mesmo a melhor recompensa, não é? E como diz a Gui, África altera as pessoas e os seus hábitos. Em parte, é mesmo por uma questão de sobrevivência; se não fosse, não teria comido aquelas horríveis banana-pão cruas que comi para quebrar um longo jejum de "comida normal" durante esta viagem. Mas quem se adapta acaba por descobrir lados mais simples da vida e percebe que é capaz de sobreviver com muito menos, mas também passa a dar maior valor a certos mimos, que se tornam raros. Entender tudo isso faz-nos sorrir. E sentí-lo rodeado por crianças inocentes, como os filhos do padeiro de N'Zeto, torna o sorriso mais rasgado. A minha Madalena pequeninha também tinha adorado brincar com aqueles meninos, mas não os deixava sentar-se ao colo do "papikas"... Acho que a Bé devia ir mais a África, ao continente, que Cabo Verde são ilhas atlânticas e eles no máximo consideram-se crioulos, mas nunca africanos. Não vou lá desde que o turismo tomou conta do arquipélago, mas ainda tenho essas ilhas bem despertas na minha memória para compreender essa transformação. Finalmente, as dietas. Lembro-me de há muitos anos ter lido uma frase fantástica, de um realismo extraordinário: As dietas começam sempre amanhã! Mas a Sailor Girl devia comer um pastel de nata de volta e meia, antes de desapareça. É que comer bem é um dos maiores prazeres da vida. E se eu gosto de boa vida...

    Beijos,

    Alex

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  7. Hummmm, fiquei com agua na boca viu..(esquecendo certas noções basicas de higiene). O pão tinha uma cara muito boa. Bem, quanto a manteiga, esta ja não me faria falta, minha dieta não me permite mesmo. rs.
    Beijos.

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  8. Olá Samanta!

    Por vezes é melhor não pensar muito nessa questão da higiene. É certo que é importante, muito importante, mas diz-me a experiência que há circunstâncias em que podemos facilitar e esta é, sem dúvida uma delas. Ali em N'Zeto, Angola, como talvez até aí em Maputo, Moçambique. Até porque não é qualquer cliente que entra pela cozinha, ou vai ao fundo na padaria e lá diz o velho ditado popular, "longe da vista, longe do coração". Às vezes, aquilo que os olhos não vêm também não sofrem... E quanto à manteiga, a minha dieta também não me permite usá-la, mas se não houvesse regras, como podíamos abrir excepções? Assim, felizmente que há sempre uns sítios onde "manteiga, não tem!"

    Beijos,

    Alex

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  9. Olá Alexandre!

    Depois de ler este seu último comentário à Samanta tive uns quantos flashs de situações em que realmente tão bem se aplica o velho ditado “longe da vista, longe do coração”. Uma das situações foi vivida na Irlanda. Quando dava preguiça cozinhar o mais prático era ir ao “Take-Away” mais próximo e comprar algo. Perto de casa havia o “Subway” (sanduíches), o “Jackie Lennox “ (com o típico “fish and chips” irlandês), ou “Muangwok” (take-away chinês). Como aprecio comida chinesa, quase sempre era a minha escolha (o famoso pato com laranja ou galinha com amêndoas). Bom, até ao dia em que a cortina da cozinha ficou semi-aberta e vi as condições em que cozinhavam. Não minto quando digo que nunca mais consegui regressar a esse take-away. Na verdade, de todas as vezes anteriores que daí tinha levado algo nunca tive qualquer problema de saúde. Mas, quando punha a hipótese de voltar lá vinha-me à memória aquela imagem horripilante de cozinha imunda, com woks e gordura amontoados! Entretanto, também quando fui de férias a Cabo Verde a companhia frequente das moscas à hora das refeições foi uma das memórias que trouxe dessa viagem (atenção, trouxe muitas outras memórias maravilhosas!...). Mas apesar de tudo, não sou muito esquesita! Por exemplo, aqui no México, como poderia alguém usar talheres para comer um taco ou um burrito? Temos mesmo que usar as mãos, assim como para muitas outras iguarias mexicanas. Aliás, aqui dizem em tom de brincadeira “pollo, pizza y mujeres se comen com las manos”…Temos também de nos adaptar às condições que nos rodeiam. E acredito piamente que este tipo de experiências servem para fortalecer o nosso sistema imunológico e assim se criam mais defesas! Deve-se sempre ver o lado positivo, certo?!...A única coisa que já vivenciei aqui um par de vezes e tive “de meter travão” foi comer “la comida de calle”. Aí sim, lá disse mal da vida depois de umas 10 idas à casa-de-banho…Lá obriguei o meu organismo a combater esses microorganismos estranhos e não foi nada que não pudesse ser superado!

    Abraço,

    Silvia

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  10. Olá SM!

    Tenho tido imensa sorte nas viagens que faço, pois são tão raras as vezes em que acabo por sofrer devido a qualquer coisa que tenha comido que neste momento não me ocorre nenhum episódio assim. Provavelmente eu próprio já desenvolvi muitas defesas, até pela frequência com que viajo para destinos com algum risco do ponto de vista de alimentação e cuidados com a higiene alimentar. Evidentemente que tomo algumas cautelas, mas o segredo chama-se simplesmente bom senso. Basta isso e ser-se bom observador para conseguirmos avaliar as coisas e tomar uma decisão, normalmente certa. O facto de saber cozinhar ajuda-me a escolher e a avaliar os sítios onde vou comer. Não sou fundamentalista, muito menos enojado; aliás, enjoam-me as pessoas enojadas... Actualmente em Portugal, graças à acção da ASAE, infelizmente tão incompreendida e erradamente não aceite, situações como a desse "take away" chinês em Cork são difíceis de encontrar, pois houve uma "sangria" tal que rapidamente quem está na restauração percebeu que as regras têm de ser cumpridas e em matéria de higiene e saúde não há margem para brincadeiras. Mas era muito assim e não só nos chineses. Quanto à preguiça, quem não a tem? No entanto, já me bastam as viagens para comer "fora", até porque normalmente não tenho alternativa; assim, quanto estou por cá, evito o máximo os restaurantes. Ainda ontem à noite, por não ter tido coragem de não corresponder ao convite para participar no jantar de aniversário de um amigo, acabei por ir parar ao Bairro Alto, Lisboa, a um restaurante pretencioso (para lhe dar uma ideia, posso dizer-lhe que só serviam uma água mineral holandesa, mas que no rótulo anunciava que uma parte do lucro, provavelmente zero vírgula qualquer coisa, revertia para o Alto Comissariado dos Refugiados da ONU, portando fartei-me de contribuir para alimentar os que supostamente ajudam os necessitados, mas preferia ter bebido Luso, ou Fastio, ou Serra da Estrela, que até promete plantar uma árvore em Portugal por cada garrafa vendida...), com mau serviço, sem grandes condições de conforto e uma ementa super-básica, que ainda teve o inconveniente de praticar preços muito acima do que seria sensato. Como calcula, não precisei de ir longe de casa para ter tido uma experiência gastronómica a não repetir!

    Um beijo,

    Alex

    PS - Para quem possa interessar, o restaurante a evitar chama-se SUL e fica numa das entradas do Bairro Alto, quase na Praça Luís de Camões.

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  11. Olá amigo,

    Li com interesse toda a tua odisseia gastronómica, mas estranhei uma coisa; pequeno almoço não é a designação habitual por essas bandas, penso eu, mas sim matabicho. No Cubal, Luanda e Lobito era assim. E apesar de tu estranhares o pitéu do bife, etc. logo de manhã, devo dizer-te que me lembro perfeitamente que quando viviamos na fazenda Fernando Alberto, o meu pai de manhã antes de começar a trabalhar, (e saía bem cedo)comia um prato de sopa e, ou ovos estrelados com batatas fritas, ou bifes ou...,é um hábito muito angolano (pelo menos na época)

    Quanto ao pãozito, tal como dizem alguns dos teus amigos, faz mesmo crescer água na boca e quentinho...(ainda que sem manteiga)mham mham.

    Quanto a dietas... ó amigos isso é para esquecer em momentos como estes. Quanto à higiene ponho uma questão: Como será que aquelas gentes são tão saudáveis? ah pois estou como o outro " não mata...engorda"
    A tua "Manena" esse anjinho lindo que eu adorei conhecer, um dia vai contigo numa excursão e vai adorar concerteza.

    Beijinhos

    Lena

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  12. Olá Lena!

    Não é a primeira pessoa que me conta esse hábito de nas fazendas angolanas se reforçar o pequeno almoço com uns belos bifes! Explicaram-me que o pessoal depois passa muitas horas a trabalhar arduamente a trabalhar no campo e precisa de ter energias para aguentar isso. Não me parece mal visto de todo. Eu mesmo, em muitas das minhas viagens pelo fim do mundo, costumava ter por hábito tomar um super pequeno-almoço e depois jejuava o dia todo e só voltava a comer ao jantar, por vezes bem tarde. Hoje dou-me conta de como isso é tão errado e a diabetes não me permite abusos desses; mesmo assim, ainda não me habituei a comer de duas em duas horas, como me recomenda a médica, embora as mudanças a que fui obrigado me façam sentir muito bem!
    A "Manena" já diz muito bem que é a Madalena e tem muito mais sorte que o pai: eu tive de esperar pelos meus 14 anos para ir pela primeira vez ao estrangeiro e, mesmo assim, foi uma breve e clandestina viagem a Ayamonte e quase Huelva, mesmo encostas ao Algarve, porque não só não tinha autorização dos meus pais para poder passar a fronteira sem eles, como nem tinha comigo os necessários documentos de identificação. A Madalena, já foi a Espanha algumas vezes e até a África. Ainda não tinha sequer um ano, mas ficaram as fotografias para um dia descobrir isso. E há-de voltar, com certeza!

    Um beijo,

    Alex

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  13. África (Angola) é sempre uma surpresa!! A vida tal qual ela é, sem o espartilho das leis made in UE - Uniao Europeia, dando-nos seguranca e higiene alimentar mas assassinando os genuínos sabores, veja-se o caso das castanhas assadas que sabiam tao bem enrroladas em papel de jornal. Uma primeira ideia de Lisboa num longo outono em que a conheci pela primeira vez (1977).
    Kandandu

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  14. Olá Namibiano!

    No essencial, é muito importante que haja regras, mas também sei reconhecer que há algumas medidas que são exageradas e outras que pura e simplesmente condenam ao desaparecimento produtos cuja excelência passa, precisamente, por serem produzidos em ambientes não esterilizados, como dois dos mais notáveis queijos de ovelha portugueses, o da Serra e do de Serpa. Acredito que com o tempo acabará por prevalecer o bom senso e, entretanto, espero que os portugueses fiquem mais sensíveis para a importância de exigir qualidade e cuidado na sua alimentação. Mas, tomara que os nossos problemas fossem apenas estes...

    Um Kandandu para si também,

    Alexandre Correia

    PS - Tenho a minha lista quase completa. Trocamos email para me explicar como procedo à edição do logotipo do prémio.

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  15. Caro Alexandre, so para lhe dizer que tomei nota da última parte do comentário, Ok!!
    Namibiano Ferreira

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  16. Depois de ler o texto,só posso dizer manteiga para quê? Esse pãozinho marchava mesmo sem nada:)

    Isabel Miranda

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  17. Olá Isabel,

    Com a fome que eu tinha no dia seguinte, ai não que não marchava... Pode parecer irreal, mas normalmente consigo encontrar pão com muito mais qualidade e sabor em África, mesmo em aldeias e pequenas vilas "perdidas" como foi este caso, que em Portugal, onde parece que perdemos o gosto por comer bom pão. Hoje em dia, em Portugal o que conta é a aparência e isso é verdade até quando se trata de pão. Por exemplo, não falta por aí, em qualquer supermercado, Pão Alentejano com ar de Pão Alentejano e sem o sabor do mesmo. E que três dias depois ou já ganhou bolor, ou está rijo como cornos.

    Beijo,

    Alex

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