Um paraíso perdido no sul de Angola…
ONDE NEM AS VACAS
RESISTEM A IR À PRAIA
[Texto e Fotos: Alexandre Correia]
Assim que o sol desperta, nem é preciso que o calor aperte para os portugueses começarem a invadir as praias. Num país onde jamais estamos a mais de 200 quilómetros em linha recta de uma praia qualquer — e há mais de 800 km delas, para todos os gostos —, mais do que uma atracção irresistível, ir à praia é, realmente, um prazer quase que banal. Tantas praias, tão agradáveis e tão acessíveis faz de Portugal um óptimo destino de veraneio, embora as águas frias do Atlântico possam refrear esse entusiasmo às epidermes mais sensíveis. A quantidade de belas praias que rodeiam Lisboa faz da capital portuguesa e da sua área metropolitana uma zona residencial privilegiada, quando comparada com a esmagadora maioria das outras capitais europeias. Mas, se o que procuramos numa ida à praia é sossego, apenas nos dias de Inverno e de mau tempo teremos a certeza de que o encontraremos nas fantásticas praias à volta de Lisboa, pois quando o sol brilha forte, até os dias de trabalho são convidativos para preguiçar na praia, quanto mais aqueles em que não se trabalha. Esses dias, como este domingo soalheiro e bem quente, onde à hora do almoço o termómetro subiu aos 30 graus centígrados em Lisboa, são obrigatórios para uma ida à praia.
Como eu nunca gostei que me obrigassem a nada, só até à adolescência me era indiferente se encontrava a praia deserta ou apinhada de gente. Ir à praia era o importante e nada mais contava. Depois, outras coisas passaram a contar e fui-me afastando das praias portuguesas sobretudo quando passei a viajar pelo mundo fora e a descobrir praias onde não se vê ninguém, nem sequer uma pégada no areal, algumas até que muito poucos olhos contemplaram, para já nem falar daquelas onde a água refresca, mas não congela. Não que isso seja o mais importante, porque como nunca fui friorento, nunca desejei ardentemente aquelas praias banhadas por águas quentes. Aliás, algumas experiências que já tive em praias dessas foram horríveis, como nos Emirados Árabes Unidos, onde só pelas três horas da madrugada a água do mar atingia uma temperatura tépida, capaz de provocar uma sensação refrescante no corpo…
Viajar frequentemente permitiu-me começar a sentir um prazer quase perverso: ir à praia algures do outro lado do mundo, enquanto em Lisboa faz um frio de rachar. Nem imaginam os pensamentos maliciosos que ao longo dos anos me têm ocorrido quando, a molhar os pés na água de uma praia qualquer, mas garantidamente sem ninguém por perto, ou quase ninguém, recordo que nesse momento em Lisboa chove imenso e faz frio. Quanto mais chuva e mais frio, mais rico me sinto por desfrutar esses momentos na praia. E então se em Lisboa for a hora de ponta, este prazer de estar na praia torna-se mesmo pecaminoso, pois ponho-me a imaginar como estará o trânsito: caótico, impossível ou desesperante. E eu ali, com os pés cheios de areia, só a escutar o mar a desfazer-se contra a praia. Que maldade!
Esse hábito de ir à praia quando toda a gente não vai surgiu-me das viagens. Das viagens a Angola, quando mesmo no tempo do cacimbo, os 24 graus que arrefeciam quem vivia em Luanda a mim, pelo contrário, aqueciam-me imenso e não resistia a ir para a praia. Apanhava boleia da carrinha que levava as tripulações da TAP Air Portugal e lá ía para a ilha de Luanda, para a praia da contra-costa, estendendo a toalha quase na ponta, diante das ruínas do célebre Barracuda — mais tarde reabilitado e, depois, novamente desaparecido. Os meus amigos de Luanda achavam-me meio esquisito e perguntavam repetidamente se eu não tinha frio. Não, não tinha.
Com o passar dos anos, fui descobrindo novos lugares com praias admiráveis para ir molhar os pés, para mergulhar de cabeça, quando em Lisboa sair à rua sem um casaco quente seria loucura. Malásia, Filipinas, Tailândia, São Tomé e Príncipe, Brasil, Chile, até Marrocos, Mauritânia e mesmo o Senegal e a Gâmbia, são alguns dos países onde pude deliciar-me com estas sensações.
Mas nunca esqueci as praias de Angola. Especialmente quando isso deixou de significar apenas as praias de Luanda e arredores, tão boas quanto as de Lisboa, mas afectadas pelo mesmo problema: são demasiado frequentadas por banhistas.
No dia que para os portugueses ficou assinalado, definitivamente, com o ínicio antecipado da época balnear de 2010, contrariando o ditado que reza que “em Abril, águas mil!...” — e talvez para compensar Março passado, que foi um dos meses mais chuvosos das últimas três décadas em Portugal — eu começei também a contagem decrescente para mais uma viagem a Angola. E não pude deixar de recordar-me da última praia onde estive, o ano passado, na viagem anterior por terras angolanas.
Chama-se Carimbe e situa-se logo a sul da foz do rio Queve, entre Porto Amboim e Sumbe. Trata-se de um paraíso perdido no sul de Angola, onde até as vacas vão à praia, para aí adormecerem todas as noites, como que embaladas pelo ritual do sol a descer vagarosamente até se esconder sob o Atlântico, tingindo o céu de um laranja forte que demora a escurecer. E quando a noite finalmente caí, nem se ouve um mugido. Apenas o sussurro da rebentação…
Assim que o sol desperta, nem é preciso que o calor aperte para os portugueses começarem a invadir as praias. Num país onde jamais estamos a mais de 200 quilómetros em linha recta de uma praia qualquer — e há mais de 800 km delas, para todos os gostos —, mais do que uma atracção irresistível, ir à praia é, realmente, um prazer quase que banal. Tantas praias, tão agradáveis e tão acessíveis faz de Portugal um óptimo destino de veraneio, embora as águas frias do Atlântico possam refrear esse entusiasmo às epidermes mais sensíveis. A quantidade de belas praias que rodeiam Lisboa faz da capital portuguesa e da sua área metropolitana uma zona residencial privilegiada, quando comparada com a esmagadora maioria das outras capitais europeias. Mas, se o que procuramos numa ida à praia é sossego, apenas nos dias de Inverno e de mau tempo teremos a certeza de que o encontraremos nas fantásticas praias à volta de Lisboa, pois quando o sol brilha forte, até os dias de trabalho são convidativos para preguiçar na praia, quanto mais aqueles em que não se trabalha. Esses dias, como este domingo soalheiro e bem quente, onde à hora do almoço o termómetro subiu aos 30 graus centígrados em Lisboa, são obrigatórios para uma ida à praia.
Como eu nunca gostei que me obrigassem a nada, só até à adolescência me era indiferente se encontrava a praia deserta ou apinhada de gente. Ir à praia era o importante e nada mais contava. Depois, outras coisas passaram a contar e fui-me afastando das praias portuguesas sobretudo quando passei a viajar pelo mundo fora e a descobrir praias onde não se vê ninguém, nem sequer uma pégada no areal, algumas até que muito poucos olhos contemplaram, para já nem falar daquelas onde a água refresca, mas não congela. Não que isso seja o mais importante, porque como nunca fui friorento, nunca desejei ardentemente aquelas praias banhadas por águas quentes. Aliás, algumas experiências que já tive em praias dessas foram horríveis, como nos Emirados Árabes Unidos, onde só pelas três horas da madrugada a água do mar atingia uma temperatura tépida, capaz de provocar uma sensação refrescante no corpo…
Viajar frequentemente permitiu-me começar a sentir um prazer quase perverso: ir à praia algures do outro lado do mundo, enquanto em Lisboa faz um frio de rachar. Nem imaginam os pensamentos maliciosos que ao longo dos anos me têm ocorrido quando, a molhar os pés na água de uma praia qualquer, mas garantidamente sem ninguém por perto, ou quase ninguém, recordo que nesse momento em Lisboa chove imenso e faz frio. Quanto mais chuva e mais frio, mais rico me sinto por desfrutar esses momentos na praia. E então se em Lisboa for a hora de ponta, este prazer de estar na praia torna-se mesmo pecaminoso, pois ponho-me a imaginar como estará o trânsito: caótico, impossível ou desesperante. E eu ali, com os pés cheios de areia, só a escutar o mar a desfazer-se contra a praia. Que maldade!
Esse hábito de ir à praia quando toda a gente não vai surgiu-me das viagens. Das viagens a Angola, quando mesmo no tempo do cacimbo, os 24 graus que arrefeciam quem vivia em Luanda a mim, pelo contrário, aqueciam-me imenso e não resistia a ir para a praia. Apanhava boleia da carrinha que levava as tripulações da TAP Air Portugal e lá ía para a ilha de Luanda, para a praia da contra-costa, estendendo a toalha quase na ponta, diante das ruínas do célebre Barracuda — mais tarde reabilitado e, depois, novamente desaparecido. Os meus amigos de Luanda achavam-me meio esquisito e perguntavam repetidamente se eu não tinha frio. Não, não tinha.
Com o passar dos anos, fui descobrindo novos lugares com praias admiráveis para ir molhar os pés, para mergulhar de cabeça, quando em Lisboa sair à rua sem um casaco quente seria loucura. Malásia, Filipinas, Tailândia, São Tomé e Príncipe, Brasil, Chile, até Marrocos, Mauritânia e mesmo o Senegal e a Gâmbia, são alguns dos países onde pude deliciar-me com estas sensações.
Mas nunca esqueci as praias de Angola. Especialmente quando isso deixou de significar apenas as praias de Luanda e arredores, tão boas quanto as de Lisboa, mas afectadas pelo mesmo problema: são demasiado frequentadas por banhistas.
No dia que para os portugueses ficou assinalado, definitivamente, com o ínicio antecipado da época balnear de 2010, contrariando o ditado que reza que “em Abril, águas mil!...” — e talvez para compensar Março passado, que foi um dos meses mais chuvosos das últimas três décadas em Portugal — eu começei também a contagem decrescente para mais uma viagem a Angola. E não pude deixar de recordar-me da última praia onde estive, o ano passado, na viagem anterior por terras angolanas.
Chama-se Carimbe e situa-se logo a sul da foz do rio Queve, entre Porto Amboim e Sumbe. Trata-se de um paraíso perdido no sul de Angola, onde até as vacas vão à praia, para aí adormecerem todas as noites, como que embaladas pelo ritual do sol a descer vagarosamente até se esconder sob o Atlântico, tingindo o céu de um laranja forte que demora a escurecer. E quando a noite finalmente caí, nem se ouve um mugido. Apenas o sussurro da rebentação…
Quando o dia está quase a partir, as pirogas dos pescadores descem o Queve até à lagoa junto a Carimba. Na aldeia que dá nome à praia, ao jantar nunca falta peixe fresco do rio.
A neblina, húmida e salgada, chega do mar ao fim da tarde e toma conta do areal de Carimba pela noite dentro. Por vezes, não levanta senão já o sol vai alto.
Mais um dia que chega ao fim. Em poucos segundos o sol vai desaparecer sob o Atlântico. É o sinal para o gado que é recolhido numa cerca bem no meio da praia se deitar na areia e adormecer...
Quando chega a noite, a praia de Carimba adormece embalada pelo pôr do sol e pelo sussuro da rebentação das ondas no extenso areal.
Alexandre
ResponderEliminarMais uma vez, uma excelente descrição. Partilho a sensação das idas à praia. Essas praias são com toda a certeza algo de belo. Eu, como friorenta que sou, ambiciono praias quentes, água quente e enfim revejo-me em todo o calor agradável desses lugares. Por motivos da minha vida, não consigo ouvir falar de Angola sem sentir um friozinho na barriga. Queria estar lá e não posso. E por sinal a Sul. A vida não o permite por agora. Por isso leio sempre, muito atentamente, todas estas descrições sonhando com o dia em que irei.
Bj
Olá Linda,
ResponderEliminarSe é friorenta, também não ia gostar de ir a banhos nas praias de Angola, pois lá o Atlântico é tão frio como cá. De qualquer modo, compreendo muito bem esse seu friozinho na barriga, mas estou convencido de que praia por praia, a Linda iria sentir-se melhor nas admiráveis praias de Benguela. Ou estou enganado?...
Beijo,
Alexandre
Não está não;)
ResponderEliminarOlá Alexandre,
ResponderEliminarDepois,de uma ausência um pouco longa.Vem com um tema que me agrada e muito "praia" "mar". é verdade hoje esteve um calor muito agradável mesmo,pois o filho até foi dar uns mergulhos na praia,e disse-me que a temperatura da água estava bem agradável.Agora quando fala no sossego das nossas praias,é verdade, enchem quando o calor começa. Mas, não será que todos temos direito a ir à praia?Pois,a sorte de viajar para praias desertas, é mesmo só para alguns,não concorda?Pois,eu apesar de conhecer praias de outros países com essa água que o Alexandre fala (claro, nem tão pouco mais ou menos as que o Alexandre conhece)continuo a preferir a nossa costa.Pois, como muito bem diz temos praias lindissimas de norte a sul do país.Eu, ainda sou uma previligiada pois,ao morar ao pé das praias tenho a minha praia que nunca tem enchentes.é certo que também não vou ao fim de semana.Agora quando fala dos "pensamentos" "prazeres" perversos que tem,quando está nesses (oasis),ok,se tem pensamentos "maliciosos" a pensar no restante pessoal a passar por filas de transito para ir para os seus empregos "normalissimos"ou irem com a sua familia para a praia,ou estarem com um frio de rachar e chuva em Portugal. Mas, Alexandre não será essa a verdadeira vida da maioria do pessoal.sabe,eu quando viajava,gostava,mas, quando chegava ao meu Portugal era como entrar noutra dimênsão.Agora essa praia de que fala (carimbe)deve ser agradável,pelas linda fotos que tirou.gostei e muito.
beijo
Isabel de Miranda
Sempre um excelento texto a acompanhar as belas imagens de Angola. Já tinhamos saudades, aka!
ResponderEliminarKandandu!
Pois eu não me lembro da água ser fria no Mussulo! Se calhar era muito nova para notar - ás 6 da manhã já procurava buzios poa baixo do ancoradouro...
ResponderEliminarJá "vacas na praia" vi-as por aquí, onde passam alguns todo-o-terreno, na ribeira de Seda e garanto que deixam a água mais morna (hihihi)
Bom regresso a Angola
Olá Isabel,
ResponderEliminarPerdoe-me a maldade por me sentir tão bem quanto me encontro em lugares assim, ao invés de estar enfiado dentro de um carro parado no trânsito, com os vidros todos embaciados, por estarem fechados para não entrar chuva. Longe de querer ofender alguém, gostava só que entendesse que isso me faz sentir privilegiado; embora não seja cor de rosa, levo a vida que eu quero e isso incluíu permitir-me a estas coisas. De resto, aprecio imenso as praias portuguesas e se ler bem o que escrevi, verá que realço o privilégio que os portugueses têm nesta matéria. Finalmente, acrescento que apesar de gostar muito de viajar, não só para praias, parto sempre com bilhete de ia e volta!
Beijo,
Alexandre
Caro Namibiano,
ResponderEliminarAcredite que eu também já tinha saudades de voltar ao blog e a esta comunidade tão simpática que nem por isso deixou de frequentar asviagensdealex. Esta paragem, de alguns meses, foi revigorante. Conte com muita actividade, para que o prazer de nos reencontrarmos por aqui continue assim forte.
Um grande abraço,
Alexandre
Olá Filomena,
ResponderEliminarDurante grande parte da minha vida, sobretudo enquanto era miúdo, tive a sorte de ter uma casa na praia. Por isso, passava o tempo todo que podia na praia e lembro-me que ia logo de manhã e muitas vezes só saía ao anoitecer. Nessa altura, acredite que eu resistia horas a fio dentro das águas frias do Atlântico, na Ericeira, depois em São Martinho do Porto. Chegava a ficar roxo, mas parecia imune ao frio. Hoje, infelizmente já não suporto da mesma forma as temperaturas baixas e nestas paragens, como nas da costa angolana, tenho encontrado a água do mar uns quantos graus abaixo daquilo que me deixaria confortável. Seja como for, são todas praias magníficas!...
Beijo,
Alexandre Correia
PS - Essa Ribeira da Seda é aí para os lados da vila de Fronteira? Se for, o meu jipe já a atravessou algumas vezes...
Bingo!! Para os lados de Fronteira, em Alter do Chão. Bom sítio para acampar (a ribeira), pena os de cá não apreciarem!
ResponderEliminarAlexandre, amado!
ResponderEliminarQuanto tempo...Pensei que havia desistido de blogar e como também não andas, há um tempão, lá no meu DIVÃ, realmente acreditei que o trabalho o havia engolido rsrs. Qual não é minha surpresa de ver e ler um post desses, praia, sol e mar. Que pena que nossas praias não te aprazem como essas... Mas tenho comigo, é que não conheces toda nossa GIGANTESCA e MARAVILHOSA costa brasileira. Praias de todas as cores, temperaturas e belezas para gosto tão apurado e viajado como o seu. D-E-S-F-R-U-T-E amigo.
Beijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
Olá Regina,
ResponderEliminarQuem disse que eu não gosto das praias do Brasil? Pois fique sabendo que gosto e muito, sejam lá bem para o nordeste, onde já fui um montão de vezes para praias absolutamente desertas com quilómetros e quilómetros de areia a perder de vista sem vivalma, e com água mesmo no ponto que eu gosto para estar horas no banho sem me arrepiar de frio, ou lá mais para o sul, por terras catarinenses, onde tive oportunidade de conhecer recantos encantadores; recordo, por exemplo, de estar na praia e ver passar aí a uns 20 metros de mim 10 baleias — isso mesmo, leu bem, dez baleias — assim em fila indiana, duas delas com crias a nadar em redor. Quer mais encanto? De facto, não conheço toda a costa brasileira, pois ela é mesmo gigantesca, mas o que conheço chega para não ter dúvidas em como é mesmo maravilhosa.
Beijo,
Alexandre
PS - E tem razão quanto à actividade blogista, visitas incluídas: o trabalho tem apertado imenso. Mas a vida não é só trabalho...
Alex, praia em qualquer lugar do mundo é o lugar de recarrregar as energias. E parar, respirar fundo e pensar : Eu mereço um pouquinho de ar , dessa areia enfim da natureza. É assinar um contrato com a natureza: volto logo, pois vc está dentro de mim e preciso de vc. Enquanto lia ia mergulhando nas praias citadas por vc. Amei!!! Abraços
ResponderEliminarOlá Mariza,
ResponderEliminarSó quem não vive diante da praia não consegue entender o que você diz. Concordo plenamente. Eu também nasci e cresci sempre a ver o mar. Não me imaginava a viver num país ou território interior. No entanto, adoro percorrer os desertos do mundo, onde experimento sensações muito semelhantes às que o mar desperta.
Beijo,
Alexandre
pois, amigo alexandre, permita-me que lhe questione sobre algo que me tem intrigado bastante.....o que é feito da Revista Todo Terreno?
ResponderEliminarForte abraço...e continuação de excelentes reportagens...
orlando magalhaes
olááááá´
ResponderEliminarEntão amigo, cá estás tu a contar-nos as tuas viagens, as tuas sensações, agora o tema "praias", e as praias de Angola que eu infelizmente pouco conheço, mas recordo-me que enquanto vivi em Luanda, iamos muitas vezes para uma praia (não me recordo agora o nome) ficava perto do ancoradouro que fazia a travessia para o Mussulo. O meu pai era camionista então lá ia o pessoal todo (familia e alguns amigoa)na carroçaria para a praia, Onde passávamos momentos fantásticos, e lá está o que tu dizes, praia que não estando deserta era como se fosse, ninguém se atropelava, o espaço era tanto...Não fui muitas vezes ao Mussulo, mas na época era praticamente selvagem, mas era frequentada por muita gente mas sem atropelamentos também. Era uma delicia, e o que mais me marcou foi que estando eu de pé a esfregar os pés na areia, começaram a sair debaixo dos pés, montes e montes de, caramba não me lembro agora do nome, uma espécie de ameijoa, nuns minutos, todos a fazer o mesmo, recolhemos kilos, imagina o petisco. Depois temos no Lobito a Restinga, na ponta da Restinga, onde a praia era também maravilhosa, mas aí já era mais complicado pois era a melhor praia do Lobito para onde todos iam. Mas também lá aconteceu algumas vezes, os nossos maridos levavam umas luvas grossissimas e apanhavam caranguejos à mão, eram quilos que depois iamos petiscar para casa de alguém. Enfim boas recordações.
Um beijo
até à próxima
Lena
PS AKA, diz o Namibiano, Não sei se conheces a expressão,(Caramba) nós utilizávamos muito, e é curioso, que de vez em quando dou por mim a sair-me essa expressão espontaneamente, e quando sai sabe-me bem. ahahaha
bjs
já percebeste que não foi a São, mas a Lena que fez o comentário. Pois a pequena foi até ao Brasil.
ResponderEliminarbejos
Caro Orlando,
ResponderEliminarObrigado pela sua mensagem. E ainda bem que pergunta pela revista Todo Terreno: mantenha-se atento e em breve espero que tenho novos motivos para comentar. Eu aviso aqui no blog quando sair a próxima edição!
Abraço,
Alexandre
Olá Lena,
ResponderEliminarEntendi perfeitamente que a Lena usou a conta da São para fazer o seu comentário. Fala-me tanto da restinga do Lobito... A última vez que lá estive foi há dois anos, num dia fantástico. Não fui a banhos no praia, mas só porque não tive tempo. Vinguei-me no dia seguinte, quando passei o dia numa praia a sul de Benguela. Que maravilha de dia...
Beijo,
Alexandre
PS . Se eu encontrar a São eu dou-lhe um beijo. É que neste momento também estou pelo Brasil.
Alex
ResponderEliminarSerá dificil encontrá-la, ela está em S.Paulo,que é uma imensidão, só mesmo combinando.
Se lá fores e quizeres depois, de alguma forma dou-te o contacto.
Boa estadia e bom trabalho.
jinhos Lena
Lena,
ResponderEliminarTem toda razao: Sao Paulo e tao grande que encontrar aqui a Sao sera como descobrir uma agulha num palheiro. Mas, por vezes encontramo-las, ou o mundo nao fosse uma aldeia, em que somos todos vizinhos...
Beijo,
Alexandre
PS - Esta uma manha linda aqui em Sao Paulo!
Ainda me lembro quando fomos à Malásia e eu tinha 5 anos, acho eu...E como passava os dias no bar da piscina, literalmente na piscina, naqueles fabulosos bancos dentro de àgua, a beber a melhor, e ainda hoje mantém o seu lugar, limonada de sempre! A praia ficava a uns metros, o calor apertava, e a água do mar, que como disseste deveria refrescar, exaltava! Sim, picava de tão salgada e quente que era! Ainda me recordo totalmente da sensação...
ResponderEliminarParece que afinal as viagens que se faz em criança não são desperdício nenhum, e ainda bem que tive a sorte de ter pais viajados e que queriam/querem o mesmo para a sua filha.
Por falar em viagens...dá notícias!
Beijo, Nô
Ola No,
ResponderEliminarAinda me lembro muito bem dessa viagem pela Malasia e fico muito contente por saber que tambem nunca a esqueceste. Os melhores banhos de praia em toda a minha vida foram nessas aguas do Mar do Sul da China; ai na Malasia, nas Filipinas, no Borneu... E acho que esta bem na hora de voltarmos juntos!
Beijo do Pai
Olá Alexandre!
ResponderEliminarJá estava a estranhar tão longa ausência. Ao verificar no meu blogue que havia aqui postagem nova vim a correr e quanta maldade! Lol
Eu também penso muito mas ao contrário, quando estou aqui cheia de frio e penso na minha querida terra onde no cacimbo, um simples casaquinho de malha nos chegava para estarmos bem.
As fotos são lindíssimas e gosto sempre de aqui vir.
Um beijinho e aproveite, enquanto nós vamos "apanhando água"! ;D
Ola Ana!
ResponderEliminarEu sabia que voce compreendia bem esta questao da temperatura. Afinal, e mesmo como diz: no cacimbo, basta um casaco de malha para cortar o fresco, porque frio e coisa que nao existe em Luanda; so la para o interior, nos planaltos e nas serras. Regresso apos o lancamento do seu livro. Mas estou a torcer para que seja um sucesso. E espero que possa vir ao lancamento do meu, que anda em banho maria ha tanto tempo...
Beijo,
Alexandre
Olá Alexandre,
ResponderEliminarReparo com agrado que voltou às postagens. E fazia-nos falta ler sobre as suas impressões sobre Angola.
O nosso encontro em Luanda continua marcado, certo? Diga alguma coisa quando souber as datas em concreto.
Abraço,
Paulo César Santos
PS: Dia 28/04 vou a Portugal passar 2 semanas. Se o Alexandre estiver por aí, talvez até nos encontremos antes.
Ola Paulo,
ResponderEliminarSera um prazer encontra-lo em Lisboa durante estas ferias. Conto estar em Portugal nesse periodo. Pode contactar-me pelo email asviagensdealex@gmail.com e combinamos isso! Seja como for, estarei em Luanda dentro de algum tempo.
Abraco,
Alexandre
Fantástico texto Alexandre.
ResponderEliminarEu também já senti essa "maldade" de imaginar como estariam as pessoas em Lisboa com o frio ou o trânsito. Passei o Natal há 2 anos em Langkawi na Malásia e às 3 da manhã de 24 para 25 estava nas quentes águas do Andaman e a pensar que no frio de Lisboa.
1 grande abraço
Hugo
Olá Hugo!
ResponderEliminarAi a Malásia... Já lá estive várias vezes e gostei sempre. Só nesta última semana, passei por três continentes, vários fusos horários e climas. Neste caso, não fui nunca à praia e para ser sincero, fiquei a perder com a troca de Lisboa, se pensar nestas questões. Porque se pensar em tudo o que fui fazer, acredite que só tive a ganhar. Quinta-feira lembrei-me de si, enquanto bebia um sumo de laranja acabado de espremer naquela praça que o Hugo visitou recentemente: Djemáa El-Fna. Foi ao fim do dia, quando a praça se enche de vida e se torna num lugar único. Aí, voltei também a pensar como se estava ali tão bem. Tão melhor do que, por exemplo, enfiado num engarrafamento, algures no trânsito urbano, numa grande cidade qualquer...
Abraço,
Alexandre
Adorei a Djemáa El-Fna Alexandre, lembro-me de ter estado algum tempo na esplanada superior do Cafe Glacier a contemplar o rebuliço da praça.
ResponderEliminarE os sumos de laranja, todas as tardes/noites bebia um. Para voltar sempre.
Abraço
Hugo
Oi Alexandre!
ResponderEliminarVim conhecer seu blog e viajar com vc!
bjs.
Olá Fátima,
ResponderEliminarPois fez muito bem em ter entrado nesta viagem e espero que aprecie estas histórias de Angola, pois são tantas as que tenho para contar que nunca mais saío de lá, para poder contar os outros lugares por onde tenho passado. O Brasil, por exemplo, onde este ano já estive por duas vezes. Curiosamente, nunca fui ao Estado de Minas Gerais, mas hei-de ir. Sim, é uma promessa!
Beijo,
Alexandre
PS - E fiquei cheio de vontade de sentar-me à mesa consigo. Tenho a certeza de que será muito agradável.
Olá, Alex!Vim aqui parar por mero acaso...Andava a pesquisar sobre um determinado navio (o Uíge, conheceste?)e gostei mt de ler o q encontrei.Sou angolana e amante do mar e da praia, e estas palavras dizem-me mt.Pareces ter uma bela de uma profissão (já agora, qual é?)mt privilegiada q te permite viajar tt!Bem-hajas por contares as passagens q fazes por esses sítios maravilhosos...
ResponderEliminarUm bj.Filó.
Olá Filó,
ResponderEliminarSou jornalista. Ou melhor, sou o editor da revista Todo Terreno, cuja próxima edição está amanhã nas bancas, em Portugal (vende-se em três press-center em Luanda...) e onde conto toda a história de uma outra grande viagem, realizada pela América do Sul. E a Filó tem toda a razão: é uma bela profissão a minha. Pelo menos, eu faço por torná-la bastante interessante! Fico contente que tenha gostado destas histórias e fico curioso que me conte o que anda a pesquisar sobre o "velho" paquete Uíge da "Colonial", que eu tantas vezes vi atracado em Lisboa ou a navegar pelo Tejo, saíndo ou regressando de mais uma viagem.
Beijo,
Alexandre Correia
Alô, Alex!
ResponderEliminarJornalista...mas especial, sendo redactor destas viagens...acho simplesmente fascinante!Quanto ao "velho" Uíge, nasci a bordo dele,em 17/Dez/57, numa viagem de Lx-Luanda...Tb cheguei a fazer os meus 4 anos a bordo do mm, de Luanda-Lx.A mha mãe fez mts viagens nos vários navios/paquetes...E agora, q tho mais tp, retomei a esperança de conseguir uma cópia do registo no diário de bordo do meu nascimento. Houve uma 1ªcertidão de nascimento original, mas a mha mãe teve q a entregar para poder viajar quase de repente...e ficou sem ela.Estou registada em Luanda, mas tho imensa pena de me faltar o registo original com as coordenadas.É como se não tivesse terra, sítio, poder dizer:- foi ali!Será mt difícil de conseguir, talvez em algum arquivo morto do Uíge, mas...e acesso?
Fiquei com vontade de ler a tua revista, q vou adquirir, pois pelo q li por aqui, deve ser igualmente agradável.Tb adoro viajar e sp q possível procuro sítios calmos, lindos e quase sp com mt mar e praia.
Um bj.
Filó.
Olá Filó,
ResponderEliminarPelo que percebi,no seu bilhete de identidade devia estar referido como local de nascimento Atlântico Sul... Experimentar contactar o meu irmão Luís Miguel, através de um desses blogs de navios que estão referenciados na página principal deste, e peça-lhe ajuda para descobrir o que pretende. Se ele não souber, será difícil que alguém saiba! Quanto à revista, embora o tema central sejam os veículos de todo-o-terreno e as aventuras que fazemos com eles, se gostou das histórias do blog também irá apreciar a revista. Desde quinta-feira que está nas bancas uma edição que lhe agradará particularmente, pois o tema da capa é uma viagem através dos Andes, entre a Argentina e o Chile; as histórias desta reportagem preenchem 29 páginas no interior da revista. Logo me dirá se gostou!...
Beijo,
Alexandre
OKapa! Pois foi precisamente onde eu andava, qd vim parar ao teu blogue...q coincidência!Ñ sabia q era teu irmão...Obrg pela dica!Vou tentar por essa via.Dp te direi algo.
ResponderEliminarBj.Filó.
Olá amigos!
ResponderEliminarProcurando amigos angolanos descobri este blog divino. E como tenho um fórum e sempre que posto alguma imagem venho pedir autorização ao mesmo pela imagem. Gostaria muito de o convidar a ir ao fórum Angola-África e nos dar o prazer de ter noticias e imagens da nossa amada terra.
http://angola-africa.forum-ativo.com
KIss Carla Carinhas
Olá Carla,
ResponderEliminarAgradeço a simpatia do seu comentário quanto ao meu blog. Irei, com certeza, conhecer o seu fórum e tenho muito gosto em ceder as imagens que pretender divulgar no seu fórum Angola-África.
Beijo,
Alexandre Correia
Olá, Alexandre
ResponderEliminarNada mais digo do que e como escreves. Tu sabes. Continua, amigo.
Espero ansiosa pela reportagem do 5º Raid TT Kwanza Sul.
Tenho-o acompanhado dia-a-dia através do blogue do Carlos Raleiras, via TSF.
E quando vejo Malanje e as quedas de água de Calandula e tudo o que ele conta...dá cá um aperto...Tu sabes.
Beijos muitos aguardando a concretização do teu projecto há tanto tempo falado entre nós.
Bom regresso, com muitas estórias e histórias a partilhar. Eu, do Gerês, tu, das Terras que Brilham (Lundas, Angola)
Um impulso do Altíssimo fez-me vir aqui, aprovar a prosa e tanta comunicação, bem-hajas meu Irmão...
ResponderEliminarOlá Alexandre
ResponderEliminarPassei por aqui e vi, com agrado, que também renovou o seu blogue. Então essas viagens? Fico à espera de novas e agradáveis surpresas da sua parte.
Bj
Linda
Olá Linda,
ResponderEliminarA imagem é nova, mas o conteúdo é o mesmo. Infelizmente, não tenho tido oportunidade de ir alimentando o blog com novas histórias, mas garanto-lhe que não faltam. Cheguei há uns dias de Angola e já fui viajar mais duas vezes numa semana. E o trabalho vai acumulando. O que quer dizer que essas histórias, no blog, vão ficando para trás. Mas não as esqueço. Um destes dias, volto a contar mais uma!...
Beijo,
Alexandre
Madalena,
ResponderEliminarDesculpa não ter conseguido responder antes, mas não tenho parado. E, infelizmente, em Angola o acesso à internet continua a não ser fácil. Daí que este ano nem sequer tentei contar o dia-a-dia de mais um raid enquanto a viagem estivesse a decorrer, pois se o tivesse feito, na maior parte das vezes não teria conseguido colocar nada no blog. Assim, com calma irei contar tudo o que vi e senti a caminho das Lundas. E no regresso...
Beijo,
Alexandre
Caro Miguel,
ResponderEliminarNão nos encontramos há bastante tempo. Mas senti também um impulso do Altíssimo para te dizer que tenho imensas imagens de navios para te passar e aliviar a memória do meu computador. Talvez no final da semana... Pede ao Altíssimo para confirmar.
Abraço,
Alexandre
Viajando com seu blog.
ResponderEliminarJefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com
Caro Jefh,
ResponderEliminarViaje à vontade, porque viajar é um dos prazeres da vida. É tão bom que mesmo uma viagem pela imaginação pode ser uma ótima experiência. Todavia, no meu blog não é a imaginação que corre: tudo o que lê por aqui aconteceu, foi vivido por mim. E bem vivido, acredite!
Abraço,
Alexandre Correia
Boa noite Alexandre, passei só para dizer um olá e desejar boas viagens que deduzo que as continue a fazer.
ResponderEliminarUm abraço
Hugo
Olá Hugo,
ResponderEliminarAcredite que não tenho parado. Desde o início do ano já estive por três vezes em África, duas na América do Sul e perdi a conta às viagens através da Europa. Recordo que o meu trabalho implica deslocar-me. A maioria destas viagens foram motivadas por trabalho. Continuo a visitar o seu blog com alguma regularidade e continuo a rever lugares e até, por vezes, hoteis onde já estive. Recentemente, em Luanda, tive o prazer de conhecer pessoalmente mais um dos leitores assíduos do blog. encontrá-lo a si será, com certeza, bastante mais fácil, pois estamos ambos "baseados" em Lisboa. Portanto, quando tiver oportunidade, diga e logo veremos se eu estarei por cá!
Abraço,
Alexandre
PS - Se quiser compreender o que me leva a viajar tanto, procure nas bancas a última edição da revista Todo Terreno. Encontrará uma extensa reportagem sobre Marrocos, que indica o essencial para um aventureiro conhecer na primeira visita.
Olá Alexandre,
ResponderEliminarAcabo de chegar de Turim onde fui assistir ao primeiro concerto do ano dos U2, uma das minhas outras paixões à parte de viajar.
Vou comprar a última edição amanhã mesmo e haveremos de ter essa oportunidade de nos encontrar.
Um abraço
Hugo
Caro Hugo,
ResponderEliminarJá nem me lembro há quantos anos fui assistir ao último concerto de rock. Foi em Alvalade, um espectáculo duplo e memorável, que juntou Joe Cocker e os Simple Minds. Depois, perdi a paciência para multidões, especialmente se desordenadas. Passei a privilegiar o meu tempo com outras coisas. Espero que tenha encontrado a revista e, claro, que tenha apreciado. Eu ainda não parei de viajar. Daí não ter respondido mais cedo...
Abraço,
Alexandre
PS - O início de Setembro parece-me uma boa ocasião para tomarmos um café e conversar sobre as nossas viagens!
Parabéns, pelas viagens, paisagens e textos abençoados!
ResponderEliminarTânia,
ResponderEliminarEu é que agradeço. A si, por ter gostado e me ter contado isso, mas também por todas as oportunidades que a vida me tem dado de poder fazer praticamente só aquilo que eu gosto de fazer. Escrever e viajar, sobretudo por lugares com belas paisagens, são duas das coisas que mais gosto...
Beijo,
Alexandre